Vitaminas do cérebro (Postado por Maurecir Mafra em 23 novembro 2009)
Vitamina A
Como um poderoso antioxidante, protege as membranas das células cerebrais que são facilmente danificadas pêlos radicais livres. Também atua no sistema circulatório; em certo estudo, reduziu o risco de ataque do coração e derrame de maneira significativa. É especialmente boa para neutralizar a prejudicial "cortina de gás" que é encontrada na poluição do ar e na fumaça do cigarro.
Tome-a com betacaroteno, outro tipo de vitamina A. Se você está grávida, tome apenas pequenas doses, para evitar possíveis deformidades congênitas. Para a maioria das pessoas (exceto mulheres grávidas), uma dose diária, razoável, seria de pelo menos 10.000 unidades. Muitas pessoas tomam complexos vitamínicos que contêm 25.000 unidades de vitamina A, e 15 mg de beta caroteno.
Vitaminas B
Elas são absolutamente essenciais para o desenvolvimento e a vitalidade dos neurônios. As quatro vitaminas B mais importantes para o seu cérebro são:
B12, B6, B1 e ácido fólico.
B12. Segundo uma grande pesquisa, quase 25% de todas as pessoas, entre as idades de 60 e 69 anos, têm deficiência de vitamina B 12, como também 40% de todas as pessoas acima de 80 anos. A principal razão para isso é que a substância que degrada a B 13 em seu estômago — o ácido clorídrico —diminui à medida que você envelhece. A deficiência de B 12 pode reproduzir os mesmos sinais clássicos do declínio cognitivo associado ao envelhecimento: memória fraca, redução da capacidade de raciocínio e distúrbios do humor.
Uma deficiência de B12 é 300% mais comum entre as pessoas que não tomam suplementos de vitaminas. Uma dose diária apropriada de B 12 pode se situar entre 100 e 1.000 mcg. Alguns médicos prescrevem a administração sublingual de B 12. Outros a administram por meio de injeções intramusculares, as quais sempre resultam num aumento de energia.
B6. Essa vitamina ajuda a converter o açúcar armazenado em glicose, o único combustível do cérebro. Ajuda a proteger os vasos sanguíneos e parece prevenir significativamente os ataques cardíacos. As pessoas na meia-idade ou mais velhas precisam de cerca de 20% a mais de B6 do que as pessoas mais jovens para que tenham uma perfeita função cognitiva; porém, normalmente, não conseguem isso, porque o metabolismo da B6 diminui depois dos 40 anos. A maioria dos americanos ingere apenas metade da baixa QDR de B6.
Em virtude de seus efeitos benéficos à circulação, a B6 tem mostrado promover a melhora da memória com sucesso. Também é um estimulante imunológico e pode ser muito útil no combate aos sintomas pré-menstruais. Uma dose diária apropriada seria na faixa de 100 mg.
B1 (tiamina). A única esta envolvida em inúmeros processos metabólicos no cérebro e no sistema nervoso periférico. É também um eficaz antioxidante, aumentando a capacidade das vitaminas B6 e E para destruir os radicais livres. Se você bebe álcool, é muito importante ingerir B1, uma vez que o consumo excessivo de álcool causa deficiência de B1, resultando num distúrbio psiquiátrico grave denominado psicose de Korsa-koff. Uma dose diária sensata seria 50 a 100 mg.
Ácido Folico. Segundo alguns estudos, o ácido fólico tem sido de grande ajuda no alívio da depressão, mesmo quando empregado em doses inferiores a 400 mcg. Pode também intensificar a circulação cerebral. Um estudo revelou que as pessoas com baixos níveis de ácido fólico estavam duas vezes mais predispostas a ter as artérias do pescoço estreitadas do que as pessoas com os níveis adequados. Os sintomas psiquiátricos também parecem ser maiores nas pessoas que têm baixos níveis de ácido fólico, particularmente as mais idosas.
Outro estudo revelou que os baixos níveis de ácido fólico aumentavam a probabilidade de demência em 300%. O ácido fólico é especialmente eficaz na degradação de uma substância química comum, a homocisteína, que é uma neurotoxina. Uma dose diária apropriada seria em torno de 400 mcg, quantidade encontrada em muitos complexos vitamínicos.
Vitamina B3 (niacina).
A niacina ajuda a produzir neurotransmissores, converter carboidratos em glicose e baixar o colesterol. Tem um efeito calmante, porque potencializa a eficácia do neurotransmissor GABA. A niacina causa vermelhidão suave da pele, enquanto um outro tipo de B3, a niacinamida, não. Uma dosagem diária apropriada é de 100 mg a 200 mg.
Vitamina B5.
É absolutamente vital para a síntese do principal neurotransmissor da memória, a acetilcolina; a B5, também chamada ácido pantotênico, ajuda a formar uma bainha protetora em volta da medula espinhal. Uma deficiência grave de B5 pode levar à paralisia. A B5 é útil para as artérias. Uma dose diária aceitável é de aproximadamente 100 a 200 mg.
Vitamina C
É tão essencial à função do cérebro que seus níveis no cérebro são quase 15 vezes maiores do que aqueles que estão fora do cérebro. A vitamina C é, provavelmente, o mais forte antioxidante que existe. Ela intensifica a ação antioxidante de outros nutrientes. Por exemplo, tem a notável capacidade de "reanimar" a vitamina E como um antioxidante, mesmo depois que essa se tenha se oxidado.
A vitamina C é um dos melhores nutrientes que promovem a longevidade. Num estudo feito na UCLA, as pessoas que ingeriam pelo menos 300 mg diários de vitamina C viviam seis anos mais do que aquelas que ingeriam quantidades menores. Além disso, a vitamina C reduz o índice de morte por ataques do coração em 40%.
Vinte e cinco por cento de todos os americanos não tomam sequer 60 mg de vitamina C por dia. À medida que envelhecemos, essa deficiência começa a causar prejuízo físico. Em um estudo feito com pessoas idosas hospitalizadas, mais de dois terços tinham deficiência de vitamina C nos leucócitos.
A vitamina C é um importante ingrediente na produção de inúmeros neurotransmissores, inclusive a acetilcolina, dopamina e noradrenalina. Desse modo, a ingestão dessa vitamina pode melhorar a função cognitiva. Em outro estudo interessante, a administração de vitamina C aumentou, em média, cinco pontos os resultados dos testes de QI dos estudantes.
A vitamina C ativa a imunidade, melhora a função arterial, reduz o colesterol e é pelo menos em parte útil na prevenção de uma série de doenças (desde a asma à doença periodontal e algumas formas de câncer).
Para obter o máximo de eficiência da complementação da vitamina C, distribua sua ingestão durante o dia. Seu organismo só pode metabolizar cerca de 500 mg por vez, depois, ele consegue metabolizar apenas metade dos próximos 500 mg que se toma. Assim, se você tomar 1.500 mg, seu organismo metabolizará apenas um quarto da "última" dose de 500 mg. Através dessa absorção decrescente você volta ao mesmo ponto. Para obter o máximo de "vantagem do dinheiro empregado em vitaminas", você deve tomar a vitamina C em doses não superiores a 1.000 mg, várias vezes ao dia.
Uma dose razoável para uma boa função física e mental é de 3.000 mg por dia. Contudo, o "padrinho" das pesquisas da vitamina C, Dr. Linus Pauling, recomendava doses de 7.000 a 10.000 mg diários. Na minha opinião, essa dose é exagerada, a menos que você esteja usando a vitamina medicinalmente (por exemplo, para acelerar a recuperação de uma doença leve).
Se você tomar mais vitamina C do que seu organismo tolera, notará o acúmulo de gases intestinais e poderá até vir a ter diarréia. Se chegar a esse nível de "tolerância do intestino", pare de tomar a vitamina até que os sintomas desapareçam. Esses sintomas surgem porque a vitamina C ajuda a matar as bactérias "úteis" em seu intestino; por isso você deve reabastecer essa bactéria digestiva comendo iogurte com lactobacilos.
A vitamina C é um dos compostos considerados, através de testes, agentes preventivos do mal de Alzheimer em pacientes de alto risco, pêlos Centros de Pesquisas da doença de Alzheimer dos EUA. (Os outros compostos em questão incluem a vitamina E, a coenzima Q-10 e a selegilina.)
Vitamina E
Não só a vitamina E protege os neurônios de dano provocado pêlos radicais livres, como também ela recupera os neurotransmissores receptores, localizados nos neurônios. E, além de prevenir a deterioração do cérebro, pode reverter um importante elemento da deterioração.
Alguns pesquisadores do mal de Alzheimer acreditam que a vitamina E pode evitar e até retardar a progressão da doença, uma vez que essa já exista. Recentemente, nos Anais da. National Academy of Sciences, um pesquisador geriátrico observou que uma dose diária de 400 UI de vitamina E pode "ajudar a proteger o cérebro e sua memória da deterioração do tempo".
Estudos revelaram que a vitamina E, quando tomada com selênio, pode melhorar tanto o humor quanto a função cognitiva nos idosos.
A vitamina E, um dos mais eficazes antioxidantes, é de inquestionável valor para o sistema circulatório. Um estudo revelou que a vitamina E diminuía a oxidação do "mau" colesterol em 40%. Inúmeros estudos indicam que a vitamina E diminui o risco de ataque cardíaco e derrame. Em outra grande pesquisa, a doença cardíaca foi reduzida em mais de 40% nas pessoas que tomavam pelo menos 100 unidades de vitamina E diariamente.
A vitamina E intensifica a função imunológica, auxilia o organismo na luta contra o câncer, retarda o início da formação de cataratas, ajuda a aliviar os sintomas da artrite e retarda o "envelhecimento do cérebro" significativamente.
Há pesquisadores que recomendam uma dose diária de 800 unidades internacionais de vitamina E, mas, devido aos meus pacientes estarem num programa sinérgico de amplo espectro, eles não precisam dessa alta dose. Em geral, recomendo 400 UI diariamente, só raramente chegando aos 800 UI.
Se tomada em megadoses, como 3.000 UI diárias, a vitamina E pode causar dores de cabeça e elevar a pressão arterial. Como a vitamina E tem a capacidade de impedir a coagulação sanguínea, os pacientes com problemas de anticoagulação devem usá-la somente sob estrita supervisão de um médico. Por ser um solvente de gordura, qualquer dose diária maior do que 800 ÜI pode se acumular a níveis tóxicos.
Os Minerais
Magnésio
Este é um importante nutriente que pode, no futuro, se mostrar de total importância. Está provado que o cérebro dos pacientes com doença de Alzheimer tem um déficit de magnésio e um nível tóxico de um elemento de sua contrapartida, o cálcio. Teoriza-se que, nos cérebros saudáveis, que apresentam uma proporção normal entre o magnésio c o cálcio, o magnésio ajuda a afastar as conseqüências mortais da toxicidade do cálcio.
O magnésio ajuda a manter a viabilidade metabólica dos neurônios, como também a minimizar a lesão cerebral resultante da carência de irrigação sanguínea normal (isquemia).
O magnésio é um ótimo limpador de radicais livres, que facilita a ação antioxidante da vitamina E, e promove uma boa circulação inibindo a coagulação e diminuindo a pressão arterial. Um estudo feito na Europa indicou que uma baixa ingestão de magnésio aumentava o risco de morre repentina proveniente de ataque cardíaco em aproximadamente 50%.
Uma dose diária apropriada para atingir a longevidade cerebral é 200 a 300 mg. Se for tomado em doses muito altas (600 a 700 mg), o magnésio às vezes causa diarréia.
Selênio
Esse pode muito bem ser o mineral antioxidante mais eficaz. E, particularmente, mais eficiente na prevenção da oxidação da gordura, o que é muito benéfico ao cérebro, uma vez que cerca de 60% do cérebro é composto de um tipo de gordura.
Os níveis de selênio no sangue diminuem conforme envelhecemos. Depois dos 60 anos, esses níveis podem cair quase 10%, e depois dos 75 anos, mais de 20%.
O selênio dinamiza a imunidade e parece melhorar a circulação. Se tomado em doses relativamente altas, produz às vezes um efeito ansiolítico. Uma dose boa é de 50 a 100 mcg diários.
Zinco
É outro nutriente que tem poderosas propriedades contra o envelhecimento. Contudo, a deficiência do zinco é muito comum nas pessoas acima dos(50 anos. Estima-se que acima de 33% das pessoas com mais de 50 anos têm, pelo menos, uma deficiência leve de zinco. Em geral, isso ocorre devido à ingestão inadequada de zinco. Quase 90% de todas as pessoas não conseguem alcançar a QDR para o zinco na maior parte dos dias. Uma razão para isso é que você deve comer quase 2.500 calorias por dia para obter a quantidade suficiente de zinco, a menos que esteja procurando ingerir alimentos ricos em zinco. Isso contraria a teoria de que as pessoas podem obter todos os nutrientes de que precisam através de uma dieta normal.
O zinco tem um papel importante no metabolismo cerebral. Faz parte de uma "série de reações" antioxidantes que destroem muitas das moléculas de radicais livres no cérebro. Também aumenta a resistência das membranas celulares dos neurônios, que os protegem de um dano maior.
O zinco auxilia o cérebro a se livrar do chumbo, que, ao ser assimilado, oriundo de fontes como a descarga de automóveis, pode ser muito prejudicial à função cognitiva. Também dinamiza o sistema imune, melhora a função sexual e potencializa as ações da vitamina A.
Uma dose recomendável de zinco, para os pacientes do programa de longevidade cerebral, é de aproximadamente 30 a 50 mg diários.
Aminoácidos
Além das vitaminas e minerais listados acima, alguns aminoácidos (ou proteínas parciais) também têm um valor especial.
Fenilalanina. Principal precursor nutricional da noradrenalina, um neurotransmissor estimulante, a fenilalanina ajuda a elevar o humor, a estimular a energia e a melhorar a memória. Para se sentir energizado e ter uma boa memória a longo prazo, é absolutamente vital que você tome fenilalanina em quantidades razoáveis. Algumas pessoas tomam complementos de fenilalanina, apesar de nem sempre ser necessário.
Glutamina.
Principal precursor do GABA, o neurotransmissor calmante, a glutamina também pode melhorar a clareza do raciocínio e aumentar a vivacidade — provavelmente porque ela auxilia a produzir ácido glutamínico, que neutraliza os resíduos metabólicos no cérebro. Algumas pessoas ingerem a glutamina antes dos eventos que exigem um estado ativo acentuado.
Metionina.
Outro aminoácido que ajuda a "limpar" as toxinas do cérebro, a metionina atua como um poderoso antioxidante e evita o acúmulo de metais pesados no cérebro, como o mercúrio ou cádmio.
Arginina. Esse aminoácido é parcialmente convertido no organismo para uma substância química chamada espermina, que auxilia o cérebro no processamento da memória. Os baixos níveis de espermina são às vezes um indicador biológico de debilitação da memória associada à idade. A arginina é um eficaz ativador do metabolismo e é também usada por algumas pessoas como parte de uma fórmula para emagrecer.
Triptofano.
Como mencionamos acima, o triptofano é facilmente encontrado numa fórmula de complemento, mas pode ser ingerido através de alimentos (especialmente alimentos ricos em carboidratos).
É o maior precursor nutricional da serotonina, o principal neurotransmissor do "bem-estar". Se você está freqüentemente agitado, ou tem insônia, isso pode advir de um déficit de serotonina.
Para sua conveniência, eis uma lista dos complementos nutricionais mais importantes para a longevidade cerebral e uma classificação geral das doses que recomendo para muitos pacientes, dependendo de suas necessidades:
Complementos Nutricionais
Doses Diárias
Vitamina A.............................. 10.000 — 25.000 Ul
Vitamina B12................................ 100 — 1.000 mcg
Vitamina B1..................................... 50 — 200 mg
Vitamina B6....................................... 50 —100 mg
Ácido fólico............................................... 400 mcg
Niacina.B3........................................... 100 — 200 mg
Vitamina B5.................................... 100 — 200 mg
Vitamina C.............................................. 3.000 mg
Vitamina E......................................... 400 - 800 Ul
Magnésio....................................... 200 — 300 mg
Selênio............................................ 50 —100 mcg
Zinco.................................................. 30 — 50 mg
Complexo Vitamínico/Mineral.. 1 — 2 comprimidos (pode conter tudo o que está acima)
Aminoácidos............................ Uma porção, proteína em pó
A grande maioria dos nutrientes listados acima são apropriados para todos os pacientes, mesmo quando tomados em altas doses. Além disso, todos os nutrientes em níveis moderados são absolutamente vitais para todas as pessoas. Seu cérebro necessita, hoje e sempre, de cada um deles.
Agora, vamos passar para uma forma especial e igualmente eficaz de terapia nutricional — o emprego de tônicos medicinais naturais. Uma vez que você tenha começado a usar alguns desses tônicos cerebrais naturais, você ficará se perguntando como viveu todo esse tempo sem eles.
Os Tônicos Medicinais Naturais
Na moderna medicina ocidental, você não escuta falar com freqüência a palavra tônico. Um tônico é uma substância usada para tonificar, ou seja, fortalecer a função de um órgão, uma glândula ou até mesmo um sistema. Muitas vezes, esse órgão, glândula ou sistema já está trabalhando em um nível normal, ou quase normal, mas sua função é melhorada pelo tônico.
A moderna medicina ocidental, no entanto, não dá muita importância ao aprimoramento de uma função normal. As modalidades ocidentais se concentram mais em aliviar as patologias em vez de otimizar o funcionamento. O problema de esperar alguma coisa falhar é que isso normalmente acontece. Se, por outro lado, houvesse uma tonificação regular, essa "falha" nunca aconteceria.
Já na medicina oriental, os tônicos têm papel de destaque. Eles também têm papel importante em meus programas de longevidade cerebral.
Mesmo que você ache que sua função cognitiva está normal, deveria experimentar alguns desses tônicos. Eles podem elevá-la a um nível superior.
Ginkgo Biloba
Um dos mais importantes tônicos medicinais naturais, o Ginkgo biloba intensifica, enormemente, a circulação cerebral, como também exerce grandes efeitos sobre o cérebro. Um extrato da folha da árvore Ginkgo passou por mais de 200 experiências duplo-cegas controladas, e muitas delas revelaram que o Ginkgo aumenta a capacidade cognitiva.
Ele vem sendo usado, com algum sucesso, pêlos pacientes com doença de Alzheimer.
Num estudo de 1995, relatado no jornal Human Psycopharmacology, 40 pacientes com mal de Alzheimer tomaram 80 mg de Ginkgo, ou um placebo, três vezes ao dia, por três meses. Os pacientes eram avaliados com uma bateria de testes de função cognitiva, e com exames de eletroencefalografia. Entre os pacientes que estavam tomando o Ginkgo, observou-se uma melhora significativa na psicopatologia, desempenho psicomotor, neurofisiologia e função cognitiva. A memória e a extensão da concentração começaram a aumentar no primeiro mês de tratamento. A substância foi muito bem aceita, pois não houve quaisquer efeitos colaterais. O grupo que tomou placebo não demonstrou melhora objetiva.
Observe que a dose diária de 240 mg empregada nesse estudo é mais alta do que a dose tomada pela maioria das pessoas que usam o Ginkgo apenas como um tônico.
Estudos têm indicado uma reação semelhante e positiva ao Ginkgo entre os pacientes com outros tipos de debilitação cognitiva. Em um desses estudos, 79% dos pacientes com insuficiência cerebrovascular mostraram uma fantástica, recuperação depois de terem tomado o Ginkgo.
Em outro estudo de pacientes com demência degenerativa (ou seja, declínio cognitivo progressivo), os pacientes que usaram o Ginkgo marcaram mais pontos nos testes de avaliação da função cognitiva, como também se sentiram muito mais animados, do que os pacientes submetidos a placebo.
O Ginkgo muitas vezes produz uma reação muito rápida. Em um estudo cruzado duplo-cego, uma única dose de 600 mg de Ginko fez com que os pacientes com perda de memória sentissem uma significante melhora na memória temporária em uma hora. Nenhuma reação imediata ocorreu nos pacientes que estavam recebendo doses de 120 mg ou 240 mg.
Assim como praticamente todas as substâncias medicinais empregadas na função cognitiva debilitada, o Ginkgo é mais indicado para a prevenção desses problemas — como na recuperação dos problemas cognitivos mínimos — do que para reverter uma grave disfunção cognitiva. Desse modo, ele pode provar ser de grande importância para retardar a progressão do declínio cognitivo, e assim, eficazmente, prevenir os sintomas debilitadores dos últimos estágios.
Como mencionamos anteriormente, o principal mecanismo de ação do Ginkgo é aumento da circulação cerebral, o que é muito importante para os pacientes com demência causada por múltiplos infartos cerebrais. Este tipo de demência é responsável por quase 20% de todos os pacientes com sintomas semelhantes ao mal de Alzheimer.
O Ginkgo melhora a circulação, em parte, ao abrandar a ação de uma substância chamada tutor ativador de plaquetas, que interfere na circulação cerebral.
Por ser tão benéfico para a irrigação sanguínea do cérebro, o Ginkgo é usado por muitas pessoas que sofrem de enxaqueca, que está associada ao distúrbio da circulação cerebral. Em um estudo, 80% das pessoas que sofriam de enxaqueca passaram a não ter mais esse tipo de dor de cabeça depois que começaram a usar o Ginkgo.
Ele tem se mostrado promissor nos tratamentos de impotência causados por distúrbios da má circulação, como também nos tratamentos de vários outros problemas circulatórios. Estudos revelaram que o Ginkgo abaixa a pressão arterial e expande os vasos periféricos.
O Ginkgo demonstrou ter a capacidade de aumentar a tolerância do cérebro à deficiência de oxigênio. É eficaz ao retardar a progressão da catarata, uma doença dos olhos que se desenvolve aos poucos nos idosos e é uma das principais causas de cegueira. Acredita-se que a má circulação nos olhos seja o fator que mais contribui para a catarata.
Recomendo o Ginkgo para todos os meus pacientes. Para as pessoas de meia-idade, que não têm disfunção cognitiva aparente, uma dose diária de 90 mg é o suficiente. Se já existe um declínio cognitivo, essa dose pode ser elevada para 120 a 160 mg. Se a patologia é visível, os pacientes são aconselhados a tomar de 200 a 320 mg diariamente. Para a maioria das pessoas, 120 mg é o bastante. As dosagens devem ser distribuídas durante o dia, em três tomadas.
Alguns fabricantes de complementos começaram a acrescentar outros antioxidantes aos seus produtos de Ginkgo, e isso pode melhorar a sua eficácia.
Mesmo que você faça apenas uma parte dos programas de longevidade cerebral, deve usar o Ginkgo.
Lecitina
Junto ao Ginkgo, ao fosfatidilserina e o ginseng, a lecitina se faz muito importante.
Provavelmente, você está ingerindo hoje aproximadamente l .000 mg de lecitina diários como parte de sua alimentação normal, mas essa não é a quantidade suficiente para promover a longevidade cerebral.
Como já observamos, o ingrediente ativo da lecitina, a fosfatidilcolina, é a matéria-prima nutricional da acetilcolina, principal neurotransmissor do raciocínio e da memória.
Muitos estudos e experiências revelaram que a ingestão de lecitina ou fosfatidilcolina pode melhorar a função cognitiva. Eu mesmo já relatei muitos desses estudos. Como o Ginkgo, a lecitina é mais eficaz como um agente preventivo do que curativo. A maioria dos estudos nos quais a lecitina era recomendada aos pacientes com mal de Alzheimer indica que, apesar de muitos pacientes terem carência de acetilcolina, a lecitina não atua com eficiência para reverter o mal de Alzheimer.
Nos primeiros estágios dos distúrbios de memória, a lecitina pode ser benéfica. Inúmeros estudos também mostraram que nas pessoas saudáveis ela pode intensificar a capacidade mental.
Além de ser o "principal ingrediente" da acetilcolina, a fosfatidilcolina é usada para recuperar e manter os neurônios. É usada ainda fora do cérebro, no metabolismo das gorduras, para regular o colesterol e na produção da bainha de mielina que circunda os nervos. Para uma eficácia máxima, a lecitina pode ser tomada com a vitamina B5 e também com o nutriente DMAE.
Apesar de o DMAE poder ser, de alguma forma, um estimulante para muitas pessoas, ele não deveria ser tomado por pessoas com depressão bipolar, ou seja, as que são "maníaco-depressivas", porque ele pode agravar a fase depressiva do ciclo.
A fosfatidilcolina pode ser ingerida não só com a lecitina, como também pode ser tomado com o bitarcarato de colina ou cloreto de colina. Ambos os nutrientes podem produzir um leve odor de "peixe" — e, ocasionalmente, diarréia.
A lecitina é encontrada nas lojas de produtos naturais e supermercados. É 30 a 55% pura em fosfatidilcolina. Verifique o rótulo da lecitina para ver quanto do ingrediente ativo está presente.
A lecitina não é tóxica e pode ser tomada em altas doses sem produzir qualquer efeito colateral. Uma dose aceitável seria 1.500 mg diários, para uma pessoa sem qualquer distúrbio cognitivo. Se os primeiros estágios de debilitação da memória já estão presentes, essa dose deveria ser aumentada para 10.000 mg ao dia. Os pacientes com distúrbio profundo da memória não devem esperar que essa substância exerça qualquer impacto em seu problema.
Fosfatidilserina
Como um tônico cerebral extremamente benéfico, a fostatidilserina (ou FS) é quimicamente similar à fosfatidilcolina encontrada na lecitina. É menos abundante na lecitina do que a fosfatidilcolina, e também não é facilmente encontrada em outros alimentos comuns. Desse modo, deve ser tomado na forma de pílula.
Numa série de estudos, mostrou-se capaz de melhorar a função cognitiva, pois a FS é um tipo comum de gordura, ou seja, o fosfolipídio, encontrado em todas as células corporais, sendo mais abundante no cérebro do que cm outros órgãos. É especialmente profuso nas membranas celulares dos neurônios e é essencial para que essas membranas se mantenham facilmente permeáveis, de maneira que os nutrientes possam penetrar e os resíduos possam sair.
Assim, ele ajuda as células cerebrais a conduzir os impulsos nervosos e a liberar quantidades apropriadas de neurotransmissores. Essas duas ações fazem com que os neurônios se comuniquem melhor uns com os outros.
Muitos estudos relatam que a FS é útil para as pessoas com debilitação da memória associada à idade. Também auxilia a otimizar a função cognitiva nas pessoas que não apresentem deterioração desta função.
Em um estudo, um grupo de pacientes com debilitação da memória, e idade média de 64 anos demonstrou uma melhora significativa após o uso de FS. Eles foram bem numa série de testes de memória, inclusive aqueles para recordar números de telefone, objetos perdidos ou material escrito. Além disso, também houve melhora na capacidade de concentração enquanto liam, conversavam e faziam suas tarefas.
Os pesquisadores disseram que a FS tinha feito com que esses pacientes "voltassem no relógio" 12 anos — ajudando-os a atingir a média da "idade cognitiva" comum aos 52 anos.
Estudando pacientes saudáveis, descobriu-se que em uns a FS diminuía a produção de hormônios do estresse, e em outros revelava um aumento da presença das calmantes ondas alfa cerebrais, em 15a 20%, aparentemente pela intensificação do sistema colinérgico cerebral à base de acerilcolina. Também mostrou aliviar os sintomas depressivos num grande número de pacientes com depressão clínica.
A FS pode ser comprada na maioria das lojas de produtos naturais. Uma dose razoável para um paciente de longevidade cerebral seria 100 a 300 mg diários, dependendo do grau do declínio cognitivo do paciente. Qualquer coisa abaixo de 100 mg é inútil.
Há muitos anos, a FS era derivada do cérebro dos animais. Hoje, devido aos avanços tecnológicos, é extraída da lecitina de soja.
Muitos pacientes me relatam que a FS tem um impacto positivo sobre suas funções cognitivas.
Acetil L-Carnitina
Uma substância comum que auxilia na função cognitiva, a ALC melhora o metabolismo da energia nas "usinas elétricas" do cérebro (as mitocôndrias) ao dinamizar a transferência dessa energia através de suas membranas.
Ele reduz a produção intracelular de radicais livres, que são ocasionados pela oxidação dos ácidos graxos.
A ALC tem a fascinante capacidade de melhorar a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro. Outra substância conhecida que também faz isso é a droga farmacêutica piracetam. Quando essa melhora ocorre na comunicação, ela estimula a criatividade e ajuda os pacientes a alcançarem uma capacidade cognitiva mais "equilibrada".
Num estudo feito sobre a ALC com 279 pacientes com declínio cognitivo leve ou moderado, uns consumiram placebo, outros 1.500 mg diários de ALC. Aqueles que tomaram a ALC melhoraram significativamente sua performance nos testes objetivos de função mental. Aqueles que tomaram placebo não mostraram qualquer progresso.
Em outro estudo, os pacientes eram testados em sua capacidade de sair de um labirinto. Depois de tomarem ALC, o tempo levado para sair do labirinto reduziu-se em 43%.
Noutro interessante estudo sobre a capacidade da ALC de melhorar a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro, os pacientes destros foram testados em sua habilidade para sair de um labirinto impresso. Primeiro, eles tinham de usar a mão direita, e depois, a esquerda. Nos primeiros testes, eles se saíram melhor com a mão direita, que é a resposta esperada entre os destros. Depois de tomarem a ALC, os que fizeram o teste com a mão esquerda se saíram quase tão bem quanto os que o fizeram com a direita. Isso sugere uma melhora na coordenação dos hemisférios.
AALC também é eficaz para os pacientes com debilitação da memória associada à idade. Num outro estudo, os pacientes com esse tipo de distúrbio que ingeriram a ALC melhoraram seus pontos nos testes cognitivos e relataram estarem mais bem-humorados.
A ALC é tão promissora que a importante companhia farmacêutica Sigma Tau está investindo uma considerável quantia nos estágios finais do teste de eficácia, na Universidade de Stanford, com esperança de patentear esse composto para uso na Europa.
O único problema com a ALC é seu custo. Um suprimento para um mês — um vidro com 100 pílulas (de 500 mg cada) — custa aproximadamente U$ 75,00, já incluído o desconto. Desse modo, é o tônico medicinal natural mais caro para o tratamento do cérebro.
Para muitos dos meus pacientes, prescrevo 250 mg de ALC por dia. Se o paciente sofre de um declínio cognitivo substancial, recomendo até 500 mg três vezes ao dia. Aconselho que os pacientes tomem a ALC junto com a fosfatidilserina, porque as duas substâncias se potencializam.
Ginseng
Essa erva tem surpreendentes efeitos neurológicos e é, particularmente, ativa para interromper a superprodução de cortisol.
O ginseng, como você sabe, é considerado o "Cadilac" dos tônicos medicinais asiáticos. É amplamente usado na América, Europa e em todo Oriente, e vem sendo empregado medicinalmente há milhares de anos.
O ginseng é muito apreciado entre os profissionais da tradicional medicina chinesa. Um imperador chinês pagou uma vez o equivalente a 30.000 dólares por uma raiz bem desenvolvida. Nos Estados Unidos, essas raízes foram vendidas acima de U$ 10.000 dólares nos últimos anos. Apesar de ser ridículo pagar essa quantia pelo ginseng, esses altos preços ilustram o fascínio exercido por essa erva.
O ginseng se tornou a principal mercadoria na Europa nos anos 1600, depois que o Rei do Sião deu a raiz de presente para Luís XIV. Nos Estados Unidos, o ginseng passou a ser um tônico medicinal popular em meados dos anos 1700. Na verdade, ele foi o principal produto colhido e comercializado por Daniel Boone, que, às vezes, trazia 15 toneladas das fronteiras do Kentucky, onde ele era cultivado, para o Oeste dos Estados Unidos. Em Kentucky, o ginseng ainda rende U$ 11 milhões por safra.
Segundo a perspectiva oriental, o ginseng é um agente vitalizador e harmonizador que restaura a "energia yang". Ele não é usado pêlos profissionais da medicina tradicional chinesa como um agente curativo, mas sim como um fortificante de vários órgãos, glândulas e sistemas de energia, para que eles possam curar a doença. Na medicina tradicional chinesa, o ginseng é considerado eficaz para minorar a fadiga, a impotência e os efeitos gerais do envelhecimento.
O ginseng é um adaptogênio — um composto que ajuda o organismo a se adaptar aos fatores estressantes físicos e psicológicos. Segundo a interpretação ocidental, ele faz isso ao intensificar a produtividade das glândulas supra-renais.
Ele é considerado pelos profissionais ocidentais um "estimulante equilibrado" porque produz vivacidade sem provocar uma reação nervosa ou tremulante. Ele faz isso ao estimular simultaneamente o sistema nervoso adrenérgico (ou adrenal) e o sistema nervoso colinérgico (ou "calmante"). Estimula o sistema adrenérgico via glândulas supra-renais e ativa o sistema colinérgico via "formação reticular" do cérebro.
Para meus pacientes de longevidade cerebral, o mais importante atributo do ginseng é sua habilidade bioquímica ímpar para cortar a liberação de cortisol.
Como mencionamos anteriormente, a adrenalina e o cortisol são ambos hormônios excitadores, porém o cortisol tem um efeito mais duradouro. Como o cortisol permanece por mais tempo no sistema do que a adrenalina, ele é mais devastador do que esta.
O ginseng interrompe a liberação excessiva de cortisol ao diminuir a demanda de cortisol. Ele faz isso ao estimular a produção de adrenalina (e não necessariamente a liberação). Quando o suprimento de adrenalina é aumentado, o organismo não precisa liberar tanto cortisol em resposta a situações estressantes.
Muitos estudos demonstraram que, quando o ginseng é tomado regularmente, a reação supra-renal a uma situação estressante é mais rápida — e mais adrenalina é liberada. Como uma reação a essa abundante secreção de adrenalina, o hipotálamo e a glândula hipófise — que controlam a produção de ambos, adrenalina e cortisol — "decidem" não mais produzir altas quantidades de cortisol. Além disso, o ginseng, bioquimicamente, capacita as supra-renais a "parar" rapidamente assim que a situação estressante tenha passado. Desse modo, ele tem a qualidade superior de fazer com que a reação de estresse seja mais eficiente. No jargão médico, o ginseng "limita" essa reação.
Inúmeros estudos demonstraram que o ginseng intensifica a função cognitiva, aparentemente devido a sua habilidade de evocar um estado estável de vivacidade.
Em uma das mais recentes experiências realizadas com o ginseng, os operadores telegráficos que receberam ginseng foram capazes de fazer seu trabalho consideravelmente mais rápido e ainda deixaram de cometer 10% de erros.
Em outra experiência, 80% dos pacientes que tomaram ginseng aumentaram a velocidade de suas reações a uma sugestão.
Ainda, outras experiências mostraram que os alunos que usavam ginseng melhoraram sua pontuação nos testes de função cognitiva numa média superior a 50%. Esses testes enfatizavam um tempo de reação rápido e habilidade de raciocínio.
Outros estudos revelaram que o ginseng aumenta a energia física e mental e ajuda as pessoas a resistir às doenças associadas ao estresse.
Existem muitas marcas e variedades de ginseng. Entre as mais populares está uma chamada ginseng Panax, que era produzida em abundância, mas agora é amplamente industrializada na China, Japão, Rússia e Coréia do Sul. Outra qualidade excelente de ginseng é o americano Panax quinquefolium, que cresce naturalmente no Norte dos Estados Unidos e nas montanhas dos Apalaches. Esse tipo de ginseng é também industrializado, principalmente em Wisconsin.
Na Rússia, uma variedade conhecida como ginseng siberiano é muito abundante. O ginseng siberiano é industrializado na Rússia, China, Coréia e Japão. Essa variedade é uma das mais encontradas nas fórmulas destinadas a ativar a função cognitiva.
Há uma discordância quanto ao melhor tipo de ginseng. Alguns especialistas acham que o americano tem altas quantidades de ingredientes ativos, enquanto outros acreditam que o siberiano é um adaptogênio mais eficaz.
Outrossim, entre os três tipos principais de ginseng, há vários graus de qualidade. Por exemplo, o ginseng selvagem é considerado mais eficaz do que o industrializado. A eficácia do ginseng está. também relacionada à qualidade do solo em que ele cresce, à duração desse crescimento, ao clima no qual ele se desenvolveu e aos métodos pêlos quais ele foi processado.
Desse modo, como a qualidade pode variar muito, recomenda-se comprar de um varejista de confiança. Para obter os efeitos cognitivos mencionados, prefiro o tipo siberiano.
Uma dose razoável de ginseng varia de 750 mg a 1.500 mg por dia, dependendo de sua condição médica e da qualidade do produto.
Um dos produtos do ginseng que recomendo para os pacientes é um remédio de patente chinesa chamado Ching Chun Bao. Ele contém o Manchurian Real, que talvez seja o tipo mais forte de ginseng, assim como outras de ervas medicinais chinesas.
O Ching Chun Bao foi o primeiro a ser colocado em fórmulas durante o reinado do terceiro imperador da dinastia Ming; por isso, tem um longo e rico histórico de uso. Os antigos médicos chineses afirmavam que o Ching Chun Bao "prolongava a vida e conservava a juventude". Nos últimos anos, os profissionais do Hangzhou Traditional Chinese Medical Institute fizeram dois estudos, ainda não concluídos, com uma combinação de animais e seres humanos. Em todos esses estudos, os pesquisadores observaram uma melhora objetiva ou subjetiva depois do uso da fórmula. Os pacientes que ingeriam o Ching Chun Bao relataram aumento de vigor, mais resistência à fadiga e também melhoras nas funções cognitivas e memória. Algumas mulheres que o usavam relataram um recomeço da menstruação pós-menopausa. Os animais que tomaram esse produto cresceram mais rápido e tinham mais resistência às doenças do que aqueles que não estavam sendo submetidos a esse tratamento.
Recomendo a ingestão de quatro a oito comprimidos de Ching Chun Bao, diariamente, aos meus pacientes do programa de longevidade cerebral.
Dmae
O DMAE, ou seja, dimetilaminoetanol, é uma adição relativamente recente à família dos tônicos cognitivos que tem-se mostrado de considerável valor. Ajuda o organismo a produzir acetilcolina, principal neurotransmissor da memória e do raciocínio.
O DMAE produz a acetilcolina quando é combinado com a fosfatidilcolina (derivada da lecitina) e a vitamina B5. Em alguns pacientes, ele produziu efeitos que eram quase tão impressionantes quanto aqueles que surgem pelas potentes drogas farmacêuticas como a tacrina.
Definitivamente, o DMAE aumenta a memória — a memória a curto prazo, em particular, que depende muito de níveis adequados do acetilcolina. Também aumenta a capacidade de concentração e aprendizado.
Em alguns pacientes, o DMAE — que estimula o sistema nervoso central — tem melhorado o humor e as percepções subjetivas de bem-estar.
Ocasionalmente, os pacientes se sentirão excessivamente estimulados pelo DMAE. Quando isso acontece, diminuo a dose. Mesmo nesses casos, porém, o DMAE não produz "efeito de rebote" da letargia, como muitos estimulantes provocam. Ao invés, ele propicia um platô estável de estímulo, e, algumas vezes, causa insônia.
Os pacientes que sofrem de epilepsia ou de depressão bipolar, são aconselhados a não usar o DMAE, porque ele pode agravar ambos esses distúrbios.
Uma dose prudente de DMAE é, em média, de 50 a 100 mg.
Os Produtos Do Suco Vegetal
Esses produtos podem incluir uma variedade relativamente ampla de substâncias, muitas das quais parecem intensificar a função cerebral.
As substâncias mais comuns encontradas nesses produtos são a alga marinha, o trigo integral, a cevada, a aveia, a espirulina, a clorela e as algas das rodimeniáceas. Além disso, muitos desses produtos são guarnecidos com uma série de outros tônicos cerebrais naturais, inclusive o astrágalo — lecitina, pó de suco de beterraba, pólen de abelha, ginkgo e extratos de chá verde.
Devido a essa ampla variedade de ingredientes, esses produtos oferecem ao paciente um verdadeiro bufe de micronutrientes. Muitas vezes esses micronutrientes são componentes químicos ocultos que estão presentes na maioria dos alimentos.
De particular importância para os pacientes do programa de longevidade cerebral são as combinações dos aminoácidos (ou proteínas parciais), abundantes nos produtos do suco vegetal. Esses são chamados de peptídios, e podem ser transformados pelo organismo em neuropeptídios. Como você pode se lembrar, os neuropeptídios, como as beta-endorfinas, é um dos principais elos entre a mente e o corpo.
Além de suprir os peptídios, os produtos do suco vegetal também são ricos em nove aminoácidos essenciais que não podem ser fabricados pelo organismo c devem ser ingeridos como nutrientes. Esses nove aminoácidos são: Triptofano, Lisina, Leucina, Metionina, Fenilalanina, Valina, Treonina e Isoleucina. Estou certo de que você se lembrará que dois desses aminoácidos — o triptofano e a fenilalanina — são as principais "matérias-primas" para os importantes neurotransmissores serotonina e noradrenalina.
Os produtos do suco vegetal também estão entre as poucas fontes comuns de nutrientes de clorofila, que ativa as enzimas responsáveis pela produção das vitaminas E, A e K. Curiosamente, a clorofila tem quase a mesma estrutura molecular da hemoglobina, que transporta o oxigênio para todo o corpo.
Esses produtos também são extraordinariamente ricos em minerais compostos, dos quais muitas pessoas com declínio cognitivo são deficientes. Esses minerais são os catalisadores que fazem com que as vitaminas e as enzimas executem suas várias funções.
Aconselho os pacientes a tomarem seu suco vegetal logo pela manhã, como parte do desjejum. Para a maioria das pessoas, esses produtos trazem uma agradável sensação de estímulo. Esse estímulo não é como a montanha russa do estímulo do café, ao invés, é um influxo de energia estável. Ocasionalmente, os pacientes relatam que seu suco vegetal é excessivamente estimulante. Quando isso acontece, reduzo a dose.
Há muitas marcas de produtos do suco vegetal, mas meu favorito contém uma vasta diversidade de fontes de nutrientes. Muitos de meus pacientes que usam um produto do suco vegetal informam um notável aumento em sua capacidade cognitiva, assim como em seus níveis de energia e bem-estar.
O Chá Verde
O chá verde pode ser útil de três maneiras: é um poderoso antioxidante; é uma rica fonte de "flavonóides", que reduz o risco de derrames; e contém cafeína, que pode ser um agente eficaz na intensificação da função cognitiva, quando usada com cautela.
O chá verde contém os antioxidantes polifenois, inclusive as catequinas e quercetina, que podem impulsionar a atividade antioxidante no sangue em até 50%. Esse aumento de atividade ocorre aproximadamente meia hora depois de se tomar o chá.
O chá verde também melhora a eficiência do sistema enzimático de desintoxicação no fígado. Desse modo, ele consegue ajudar o organismo a se livrar das toxinas antes que elas danifiquem as células.
É interessante notar que apesar de o chá verde ter sido introduzido recentemente na mídia, por suas propriedades promotoras de saúde, o chá preto também pode ser benéfico. O chá preto, o tipo comum de chá consumido na maioria dos países ocidentais, não contém catequinas. Mas contém outros antioxidantes que não existem no chá verde.
O chá preto e o chá verde são ricos em flavonóides, compostos semelhantes às vitaminas, que naturalmente estão no chá, e também nas frutas e vegetais. Os flavonóides tendem a tornar as células do sangue menos propensas à coagulação. Além disso, eles podem ajudar a reduzir o risco do derrame, inclusive os "miniderrames" que podem causar sintomas similares aos do mal de Alzheimer. Num recente estudo, os homens que fizeram alta ingestão de flavonóides mostraram uma taxa de risco de derrame 73% menor que a de um grupo-controle, durante um período de 15 anos. No estudo, os homens obtinham aproximadamente 60% de seus flavonóides no chá.
A cafeína do chá também pode beneficiar a percepção, caso seja ingerida em quantidades moderadas. Outras bebidas que contêm cafeína, como o café e os refrigerantes cola, também podem ajudar o raciocínio e a memória, se usadas apropriadamente.
A cafeína, na verdade, é o produto para o aumento cognitivo mais usado em nossa sociedade. Testes numerosos provaram que, quando usada em quantidades moderadas, a cafeína dinamiza a concentração e a vivacidade. Em virtude de ser um estimulante, ela aumenta a produção de adrenalina e pode, temporariamente, melhorar a memória e o humor.
O café contém inúmeras substâncias bioquimicamente semelhantes aos ópios. Portanto, pode causar estimulação e relaxamento simultâneos.
Ainda assim, muitas pessoas consomem a cafeína em excesso. Acho que isso acontece porque elas simplesmente não têm energia natural suficiente. Em vez de dormirem bem, se alimentarem bem e fazerem exercício para obter a energia de que precisam, elas dependem da cafeína para estimulá-las ao longo do dia. A conseqüência, a curto prazo, dessa dependência é nervosismo, irritabilidade, insônia, o "efeito de rebote" da letargia e cansaço mental. A longo prazo, o preço é o desgaste das glândulas supra-renais e um corpo exausto por estimulação artificial.
Desse modo, está claro que a cafeína, se usada em excesso, pode elevar os níveis do colesterol LDL, que prejudica as artérias. A cafeína também tem relação com os ciscos de mama nas mulheres.
Pesquisas indicaram que 200 mg de cafeína podem ser consumidos por dia, sem qualquer risco aparente. Eu faço uma abordagem mais cautelosa e recomendo não mais de 100 mg por dia.
A seguir, estão as quantidades de cafeína encontradas numa única porção de várias bebidas.
TEOR DE CAFEÍNA (em miligramas)
Café Chá
Feito em cafeteiras 110-150 1 minuto de infusão 9-33
Expresso 100-150 3 minutos de infusão 20-46
Coado 64-124 5 minutos de infusão 20-50
Instantâneo 40-108
Descateinado 2-5
Refrigerantes
Dr. Pepper 61
Colas 30-60
Mountamin Dew 52
Mellow yellow 51
Bebidas Diet 44
COENZIMA Q-10 Útil para muitos pacientes do programa de longevidade cerebral, principalmente porque aumenta o potencial energético gerado em cada uma das células do corpo, inclusive os neurônios, a coenzima Q-10, ou CoQ, é encontrada em todas as células do corpo e ajuda as "usinas elétricas" (as mitocôndrias) a produzirem energia.
A CoQ é sintetizada a partir dos aminoácidos fenilalanina e tirosina, e qualquer pessoa que não receba uma quantidade suficiente desses nutrientes pode estar com déficit de CoQ. Os sintomas desse déficit podem ser a fadiga, letargia mental ou depressão.
Além de suprir energia, a CoQ mostrou-se eficaz como terapia nutricional complementar para a insuficiência cardíaca congestiva, angina de peito, pressão alta e arteriosclerose. Nos animais, ela mostrou aumentar a duração da vida. Estudos feitos na Escola de Medicina de Harvard revelaram que é um poderoso antioxidante no cérebro.
A CoQ teve sua segurança analisada minuciosamente e não apresentou qualquer efeito colateral.
Tendo como base recentes pesquisas, uma boa dose diária para a maioria das pessoas é de 100 mg.
Outra coenzima, que alguns pesquisadores acreditam ser igualmente útil para a função cognitiva, é a NADH. A NADH está presente em todas as células do corpo e desempenha um papel importante na produção de energia. Uma pesquisa recente revelou que a combinação da co-enzima Q-10 e a NADH potencializa os efeitos neuroprotetores de ambas as substâncias.
A seguir está uma lista dos tônicos medicinais naturais mais apropriados para a longevidade cerebral e suas doses usuais.
Contudo, essas doses podem não ser apropriadas para todos os pacientes, porque as pessoas têm uma ampla variedade de necessidades. Os pacientes com freqüência devem tomar mais de um tônico.
TÔNICOS MEDICINAIS NATURAIS
Dose Diária
Ginkgo biloba......................................................60-120 mg
Fosfatidilcolina (da lecitina).................................1.500-10.000 mg
Fosfatidilserina....................................................100-300 mg
Acetil-L-carnitina.................................................250-1.500 mg
Ginseng…………………………………………….750-1.500 mg
Ching Chun Bao…………………………………...4-8 comprimidos
DMAE..................................................................50-100 mg
Produtos do "Suco Vegetal"................................ Uma porção
Chá verde............................................................1-2 porções
Coenzima Q-10....................................................30-100 mg
Como os três capítulos anteriores mostraram, a função cerebral pode ser poderosamente influenciada pela terapia nutricional.
Esses capítulos demonstraram que grande parte do benefício derivado da terapia nutricional vem de sua habilidade de compensar os efeitos prejudiciais do estresse.
Agora é hora de lidar diretamente com esse estresse.
Um Caso Ilustrativo
As Medicações Nootrópicas Podem Produzir uma Série de Efeitos
T.G., de 42 anos, era um paciente que ansiava por ter uma memória afiada. T.G. era comerciante de gado, radicado no Oeste dos Estados Unidos, e conduzia todas as suas transações por computador. Todos os meses, passavam milhões de dólares através de sua rede de negócios, e era imperativo que ele guardasse dúzias de detalhes em sua mente o tempo todo. Se apenas dois detalhes escapassem de sua mente, isso poderia custar a ele, ou a seus clientes, muitos milhares de dólares.
Anos antes de encontrá-lo, T.G. tinha escalado as Rochosas do Colorado; foi quando se exercitou extenuadamente em altitude muito elevada, e isso lhe causou um edema pulmonar traumático, que roubou o oxigênio de seu cérebro. O resultado foi edema cerebral e perda de células cerebrais.
Desde aquela lesão, T.G. passou a sofrer lapsos intermitentes de memória e disfunção cognitiva. Em geral, sua capacidade para raciocinar e lembrar era quase perfeita. Porém, muitas vezes sua memória ficava "confusa" e ele acabava por esquecer uma informação importante. Algumas vezes, também sentia lentidão na sua capacidade de processamento cognitivo e não conseguia se concentrar com maior firmeza. Esses lapsos cognitivos ocorriam com mais freqüência quando ele estava cansado, estressado ou um pouco doente. Seu trabalho era, na verdade, estressante, pois começava às 4:30 da manhã, todos os dias.
T.G. tentou evitar que seus lapsos mentais afetassem seu trabalho, mas isso estava começando a ficar difícil. Seu trabalho exigia um alto nível da função cognitiva durante todo o tempo.
Quando ele começou seu programa de longevidade cerebral, administrei-lhe uma alta dose de Ginkgo biloba, com a finalidade de intensificar a circulação cerebral. Também recomendei que ele começasse um programa consciente de exercícios, para potencializar essa circulação.
Além disso, receitei o piracetam. Achei que isso iria ajudar não só a acelerar sua recuperação da falta de oxigênio (hipoxia), como também teria um impacto positivo sobre sua memória enfraquecida.
Naquela época, o piracetam não era considerado pela maioria dos pesquisadores um medicamento que aumentasse a memória, mas eu acreditava que sabia mais sobre essa droga do que muitos pesquisadores.
Meu conhecimento chegara a mim por acaso. Um ano antes de começar a tratar de T.G., fui a Bruxelas para me reunir com médicos europeus que estavam trabalhando com as drogas nootrópicas. Certa tarde, um dos médicos com quem tive contato apareceu de repente no apartamento onde eu e minha mulher estávamos. Era um apartamento elegante — que pertencia ao pai de minha mulher, na época um diplomata servindo em Bruxelas — e tinha um circuito fechado de televisão pelo qual podíamos ver os convidados à medida que eles entravam no salão de espera. O senhor que estava entrando parecia ser conhecido.
Quando o cumprimentei, esqueci seu nome.
Foi aí que ele disse que era da Romênia.
— Romênia! Então, o senhor deve conhecer a Dra. Ana Aslan — ela era a falecida criadora do remédio de rejuvenescimento Gerovital.
— É, eu conhecia a Ana. Às vezes eu usava o medicamento que ela desenvolveu, e às vezes ela usava o meu. Seu medicamento? Estava confuso.
— Desculpe, mas eu não me lembrei de seu nome quando o senhor entrou.
— Giurgea, Cornelius Giurgea.
Exclamei: "Dr. Giurgea!". Era como se você encontrasse um guitarrista fantástico num clube às escuras, e ele dissesse: "Oi, sou o Eric Clapton".
Dr. Cornelius era o famoso inventor do piracetam, o medicamento nootrópico que rende mais de U$ 1 bilhão em vendas todos os anos.
Há muito desejava encontrar o Dr. Giurgea, mas achava que iria me deparar com alguém muito mais velho. Dr. Giurgea aparentava ser 20 anos mais jovem.
Pedi ao Dr. Guirgea para me contar a história do desenvolvimento do piracetam. E ele me disse que o desenvolveu para um único paciente, um dos grandes heróis de guerra de seu país, que teve o cérebro danificado, o que lhe causava graves vertigens. A composição que Dr. Giurgea desenvolveu — a primeira versão do piracetam — curou a vertigem do herói de guerra.
Na verdade o herói se recuperou tão completamente que começou a dirigir motocicleta, até o dia em que sofreu um acidente que resultou em significativa debilitação da memória.
Não havendo qualquer remédio para aplicar num distúrbio de memória, Dr. Giurgea submeteu seu paciente a altas doses de piracetam, e ele experimentou outra surpreendente recuperação.
Então, Dr. Giurgea disse:
— Como você pode ver, alguns desses medicamentos que desenvolvemos podem ajudar o cérebro a se expandir por muitos anos.
Foi daquele encontro que obtive o conhecimento — antes de outros pesquisadores — de que o piracetam poderia minimizar a debilitação da memória em alguns pacientes com a mente já prejudicada.
Quase um ano depois, apliquei esse pouco de conhecimento que obtive em T.G.
Depois que começou a tomar o piracetam, T.G. deu uma reviravolta surpreendente. Ele não deixava de tomá-lo, e também aderiu a outros elementos do programa.
Sua memória se tornou afiada como a lâmina de uma faca, e ele passou a se concentrar com a intensidade do raio laser.
Hoje, T.G. não mais requer doses regulares de piracetam. Ele apenas o toma numa pequena quantidade, a fim de ajudá-lo a recuperar seu vigor mental.
Seus problemas de memória acabaram há quase quatro anos, e espero que nunca mais voltem. E, provavelmente, não voltarão. A menos, é claro, que ele comece a dirigir motocicleta.
Tome-a com betacaroteno, outro tipo de vitamina A. Se você está grávida, tome apenas pequenas doses, para evitar possíveis deformidades congênitas. Para a maioria das pessoas (exceto mulheres grávidas), uma dose diária, razoável, seria de pelo menos 10.000 unidades. Muitas pessoas tomam complexos vitamínicos que contêm 25.000 unidades de vitamina A, e 15 mg de beta caroteno.
Vitaminas B
Elas são absolutamente essenciais para o desenvolvimento e a vitalidade dos neurônios. As quatro vitaminas B mais importantes para o seu cérebro são:
B12, B6, B1 e ácido fólico.
B12. Segundo uma grande pesquisa, quase 25% de todas as pessoas, entre as idades de 60 e 69 anos, têm deficiência de vitamina B 12, como também 40% de todas as pessoas acima de 80 anos. A principal razão para isso é que a substância que degrada a B 13 em seu estômago — o ácido clorídrico —diminui à medida que você envelhece. A deficiência de B 12 pode reproduzir os mesmos sinais clássicos do declínio cognitivo associado ao envelhecimento: memória fraca, redução da capacidade de raciocínio e distúrbios do humor.
Uma deficiência de B12 é 300% mais comum entre as pessoas que não tomam suplementos de vitaminas. Uma dose diária apropriada de B 12 pode se situar entre 100 e 1.000 mcg. Alguns médicos prescrevem a administração sublingual de B 12. Outros a administram por meio de injeções intramusculares, as quais sempre resultam num aumento de energia.
B6. Essa vitamina ajuda a converter o açúcar armazenado em glicose, o único combustível do cérebro. Ajuda a proteger os vasos sanguíneos e parece prevenir significativamente os ataques cardíacos. As pessoas na meia-idade ou mais velhas precisam de cerca de 20% a mais de B6 do que as pessoas mais jovens para que tenham uma perfeita função cognitiva; porém, normalmente, não conseguem isso, porque o metabolismo da B6 diminui depois dos 40 anos. A maioria dos americanos ingere apenas metade da baixa QDR de B6.
Em virtude de seus efeitos benéficos à circulação, a B6 tem mostrado promover a melhora da memória com sucesso. Também é um estimulante imunológico e pode ser muito útil no combate aos sintomas pré-menstruais. Uma dose diária apropriada seria na faixa de 100 mg.
B1 (tiamina). A única esta envolvida em inúmeros processos metabólicos no cérebro e no sistema nervoso periférico. É também um eficaz antioxidante, aumentando a capacidade das vitaminas B6 e E para destruir os radicais livres. Se você bebe álcool, é muito importante ingerir B1, uma vez que o consumo excessivo de álcool causa deficiência de B1, resultando num distúrbio psiquiátrico grave denominado psicose de Korsa-koff. Uma dose diária sensata seria 50 a 100 mg.
Ácido Folico. Segundo alguns estudos, o ácido fólico tem sido de grande ajuda no alívio da depressão, mesmo quando empregado em doses inferiores a 400 mcg. Pode também intensificar a circulação cerebral. Um estudo revelou que as pessoas com baixos níveis de ácido fólico estavam duas vezes mais predispostas a ter as artérias do pescoço estreitadas do que as pessoas com os níveis adequados. Os sintomas psiquiátricos também parecem ser maiores nas pessoas que têm baixos níveis de ácido fólico, particularmente as mais idosas.
Outro estudo revelou que os baixos níveis de ácido fólico aumentavam a probabilidade de demência em 300%. O ácido fólico é especialmente eficaz na degradação de uma substância química comum, a homocisteína, que é uma neurotoxina. Uma dose diária apropriada seria em torno de 400 mcg, quantidade encontrada em muitos complexos vitamínicos.
Vitamina B3 (niacina).
A niacina ajuda a produzir neurotransmissores, converter carboidratos em glicose e baixar o colesterol. Tem um efeito calmante, porque potencializa a eficácia do neurotransmissor GABA. A niacina causa vermelhidão suave da pele, enquanto um outro tipo de B3, a niacinamida, não. Uma dosagem diária apropriada é de 100 mg a 200 mg.
Vitamina B5.
É absolutamente vital para a síntese do principal neurotransmissor da memória, a acetilcolina; a B5, também chamada ácido pantotênico, ajuda a formar uma bainha protetora em volta da medula espinhal. Uma deficiência grave de B5 pode levar à paralisia. A B5 é útil para as artérias. Uma dose diária aceitável é de aproximadamente 100 a 200 mg.
Vitamina C
É tão essencial à função do cérebro que seus níveis no cérebro são quase 15 vezes maiores do que aqueles que estão fora do cérebro. A vitamina C é, provavelmente, o mais forte antioxidante que existe. Ela intensifica a ação antioxidante de outros nutrientes. Por exemplo, tem a notável capacidade de "reanimar" a vitamina E como um antioxidante, mesmo depois que essa se tenha se oxidado.
A vitamina C é um dos melhores nutrientes que promovem a longevidade. Num estudo feito na UCLA, as pessoas que ingeriam pelo menos 300 mg diários de vitamina C viviam seis anos mais do que aquelas que ingeriam quantidades menores. Além disso, a vitamina C reduz o índice de morte por ataques do coração em 40%.
Vinte e cinco por cento de todos os americanos não tomam sequer 60 mg de vitamina C por dia. À medida que envelhecemos, essa deficiência começa a causar prejuízo físico. Em um estudo feito com pessoas idosas hospitalizadas, mais de dois terços tinham deficiência de vitamina C nos leucócitos.
A vitamina C é um importante ingrediente na produção de inúmeros neurotransmissores, inclusive a acetilcolina, dopamina e noradrenalina. Desse modo, a ingestão dessa vitamina pode melhorar a função cognitiva. Em outro estudo interessante, a administração de vitamina C aumentou, em média, cinco pontos os resultados dos testes de QI dos estudantes.
A vitamina C ativa a imunidade, melhora a função arterial, reduz o colesterol e é pelo menos em parte útil na prevenção de uma série de doenças (desde a asma à doença periodontal e algumas formas de câncer).
Para obter o máximo de eficiência da complementação da vitamina C, distribua sua ingestão durante o dia. Seu organismo só pode metabolizar cerca de 500 mg por vez, depois, ele consegue metabolizar apenas metade dos próximos 500 mg que se toma. Assim, se você tomar 1.500 mg, seu organismo metabolizará apenas um quarto da "última" dose de 500 mg. Através dessa absorção decrescente você volta ao mesmo ponto. Para obter o máximo de "vantagem do dinheiro empregado em vitaminas", você deve tomar a vitamina C em doses não superiores a 1.000 mg, várias vezes ao dia.
Uma dose razoável para uma boa função física e mental é de 3.000 mg por dia. Contudo, o "padrinho" das pesquisas da vitamina C, Dr. Linus Pauling, recomendava doses de 7.000 a 10.000 mg diários. Na minha opinião, essa dose é exagerada, a menos que você esteja usando a vitamina medicinalmente (por exemplo, para acelerar a recuperação de uma doença leve).
Se você tomar mais vitamina C do que seu organismo tolera, notará o acúmulo de gases intestinais e poderá até vir a ter diarréia. Se chegar a esse nível de "tolerância do intestino", pare de tomar a vitamina até que os sintomas desapareçam. Esses sintomas surgem porque a vitamina C ajuda a matar as bactérias "úteis" em seu intestino; por isso você deve reabastecer essa bactéria digestiva comendo iogurte com lactobacilos.
A vitamina C é um dos compostos considerados, através de testes, agentes preventivos do mal de Alzheimer em pacientes de alto risco, pêlos Centros de Pesquisas da doença de Alzheimer dos EUA. (Os outros compostos em questão incluem a vitamina E, a coenzima Q-10 e a selegilina.)
Vitamina E
Não só a vitamina E protege os neurônios de dano provocado pêlos radicais livres, como também ela recupera os neurotransmissores receptores, localizados nos neurônios. E, além de prevenir a deterioração do cérebro, pode reverter um importante elemento da deterioração.
Alguns pesquisadores do mal de Alzheimer acreditam que a vitamina E pode evitar e até retardar a progressão da doença, uma vez que essa já exista. Recentemente, nos Anais da. National Academy of Sciences, um pesquisador geriátrico observou que uma dose diária de 400 UI de vitamina E pode "ajudar a proteger o cérebro e sua memória da deterioração do tempo".
Estudos revelaram que a vitamina E, quando tomada com selênio, pode melhorar tanto o humor quanto a função cognitiva nos idosos.
A vitamina E, um dos mais eficazes antioxidantes, é de inquestionável valor para o sistema circulatório. Um estudo revelou que a vitamina E diminuía a oxidação do "mau" colesterol em 40%. Inúmeros estudos indicam que a vitamina E diminui o risco de ataque cardíaco e derrame. Em outra grande pesquisa, a doença cardíaca foi reduzida em mais de 40% nas pessoas que tomavam pelo menos 100 unidades de vitamina E diariamente.
A vitamina E intensifica a função imunológica, auxilia o organismo na luta contra o câncer, retarda o início da formação de cataratas, ajuda a aliviar os sintomas da artrite e retarda o "envelhecimento do cérebro" significativamente.
Há pesquisadores que recomendam uma dose diária de 800 unidades internacionais de vitamina E, mas, devido aos meus pacientes estarem num programa sinérgico de amplo espectro, eles não precisam dessa alta dose. Em geral, recomendo 400 UI diariamente, só raramente chegando aos 800 UI.
Se tomada em megadoses, como 3.000 UI diárias, a vitamina E pode causar dores de cabeça e elevar a pressão arterial. Como a vitamina E tem a capacidade de impedir a coagulação sanguínea, os pacientes com problemas de anticoagulação devem usá-la somente sob estrita supervisão de um médico. Por ser um solvente de gordura, qualquer dose diária maior do que 800 ÜI pode se acumular a níveis tóxicos.
Os Minerais
Magnésio
Este é um importante nutriente que pode, no futuro, se mostrar de total importância. Está provado que o cérebro dos pacientes com doença de Alzheimer tem um déficit de magnésio e um nível tóxico de um elemento de sua contrapartida, o cálcio. Teoriza-se que, nos cérebros saudáveis, que apresentam uma proporção normal entre o magnésio c o cálcio, o magnésio ajuda a afastar as conseqüências mortais da toxicidade do cálcio.
O magnésio ajuda a manter a viabilidade metabólica dos neurônios, como também a minimizar a lesão cerebral resultante da carência de irrigação sanguínea normal (isquemia).
O magnésio é um ótimo limpador de radicais livres, que facilita a ação antioxidante da vitamina E, e promove uma boa circulação inibindo a coagulação e diminuindo a pressão arterial. Um estudo feito na Europa indicou que uma baixa ingestão de magnésio aumentava o risco de morre repentina proveniente de ataque cardíaco em aproximadamente 50%.
Uma dose diária apropriada para atingir a longevidade cerebral é 200 a 300 mg. Se for tomado em doses muito altas (600 a 700 mg), o magnésio às vezes causa diarréia.
Selênio
Esse pode muito bem ser o mineral antioxidante mais eficaz. E, particularmente, mais eficiente na prevenção da oxidação da gordura, o que é muito benéfico ao cérebro, uma vez que cerca de 60% do cérebro é composto de um tipo de gordura.
Os níveis de selênio no sangue diminuem conforme envelhecemos. Depois dos 60 anos, esses níveis podem cair quase 10%, e depois dos 75 anos, mais de 20%.
O selênio dinamiza a imunidade e parece melhorar a circulação. Se tomado em doses relativamente altas, produz às vezes um efeito ansiolítico. Uma dose boa é de 50 a 100 mcg diários.
Zinco
É outro nutriente que tem poderosas propriedades contra o envelhecimento. Contudo, a deficiência do zinco é muito comum nas pessoas acima dos(50 anos. Estima-se que acima de 33% das pessoas com mais de 50 anos têm, pelo menos, uma deficiência leve de zinco. Em geral, isso ocorre devido à ingestão inadequada de zinco. Quase 90% de todas as pessoas não conseguem alcançar a QDR para o zinco na maior parte dos dias. Uma razão para isso é que você deve comer quase 2.500 calorias por dia para obter a quantidade suficiente de zinco, a menos que esteja procurando ingerir alimentos ricos em zinco. Isso contraria a teoria de que as pessoas podem obter todos os nutrientes de que precisam através de uma dieta normal.
O zinco tem um papel importante no metabolismo cerebral. Faz parte de uma "série de reações" antioxidantes que destroem muitas das moléculas de radicais livres no cérebro. Também aumenta a resistência das membranas celulares dos neurônios, que os protegem de um dano maior.
O zinco auxilia o cérebro a se livrar do chumbo, que, ao ser assimilado, oriundo de fontes como a descarga de automóveis, pode ser muito prejudicial à função cognitiva. Também dinamiza o sistema imune, melhora a função sexual e potencializa as ações da vitamina A.
Uma dose recomendável de zinco, para os pacientes do programa de longevidade cerebral, é de aproximadamente 30 a 50 mg diários.
Aminoácidos
Além das vitaminas e minerais listados acima, alguns aminoácidos (ou proteínas parciais) também têm um valor especial.
Fenilalanina. Principal precursor nutricional da noradrenalina, um neurotransmissor estimulante, a fenilalanina ajuda a elevar o humor, a estimular a energia e a melhorar a memória. Para se sentir energizado e ter uma boa memória a longo prazo, é absolutamente vital que você tome fenilalanina em quantidades razoáveis. Algumas pessoas tomam complementos de fenilalanina, apesar de nem sempre ser necessário.
Glutamina.
Principal precursor do GABA, o neurotransmissor calmante, a glutamina também pode melhorar a clareza do raciocínio e aumentar a vivacidade — provavelmente porque ela auxilia a produzir ácido glutamínico, que neutraliza os resíduos metabólicos no cérebro. Algumas pessoas ingerem a glutamina antes dos eventos que exigem um estado ativo acentuado.
Metionina.
Outro aminoácido que ajuda a "limpar" as toxinas do cérebro, a metionina atua como um poderoso antioxidante e evita o acúmulo de metais pesados no cérebro, como o mercúrio ou cádmio.
Arginina. Esse aminoácido é parcialmente convertido no organismo para uma substância química chamada espermina, que auxilia o cérebro no processamento da memória. Os baixos níveis de espermina são às vezes um indicador biológico de debilitação da memória associada à idade. A arginina é um eficaz ativador do metabolismo e é também usada por algumas pessoas como parte de uma fórmula para emagrecer.
Triptofano.
Como mencionamos acima, o triptofano é facilmente encontrado numa fórmula de complemento, mas pode ser ingerido através de alimentos (especialmente alimentos ricos em carboidratos).
É o maior precursor nutricional da serotonina, o principal neurotransmissor do "bem-estar". Se você está freqüentemente agitado, ou tem insônia, isso pode advir de um déficit de serotonina.
Para sua conveniência, eis uma lista dos complementos nutricionais mais importantes para a longevidade cerebral e uma classificação geral das doses que recomendo para muitos pacientes, dependendo de suas necessidades:
Complementos Nutricionais
Doses Diárias
Vitamina A.............................. 10.000 — 25.000 Ul
Vitamina B12................................ 100 — 1.000 mcg
Vitamina B1..................................... 50 — 200 mg
Vitamina B6....................................... 50 —100 mg
Ácido fólico............................................... 400 mcg
Niacina.B3........................................... 100 — 200 mg
Vitamina B5.................................... 100 — 200 mg
Vitamina C.............................................. 3.000 mg
Vitamina E......................................... 400 - 800 Ul
Magnésio....................................... 200 — 300 mg
Selênio............................................ 50 —100 mcg
Zinco.................................................. 30 — 50 mg
Complexo Vitamínico/Mineral.. 1 — 2 comprimidos (pode conter tudo o que está acima)
Aminoácidos............................ Uma porção, proteína em pó
A grande maioria dos nutrientes listados acima são apropriados para todos os pacientes, mesmo quando tomados em altas doses. Além disso, todos os nutrientes em níveis moderados são absolutamente vitais para todas as pessoas. Seu cérebro necessita, hoje e sempre, de cada um deles.
Agora, vamos passar para uma forma especial e igualmente eficaz de terapia nutricional — o emprego de tônicos medicinais naturais. Uma vez que você tenha começado a usar alguns desses tônicos cerebrais naturais, você ficará se perguntando como viveu todo esse tempo sem eles.
Os Tônicos Medicinais Naturais
Na moderna medicina ocidental, você não escuta falar com freqüência a palavra tônico. Um tônico é uma substância usada para tonificar, ou seja, fortalecer a função de um órgão, uma glândula ou até mesmo um sistema. Muitas vezes, esse órgão, glândula ou sistema já está trabalhando em um nível normal, ou quase normal, mas sua função é melhorada pelo tônico.
A moderna medicina ocidental, no entanto, não dá muita importância ao aprimoramento de uma função normal. As modalidades ocidentais se concentram mais em aliviar as patologias em vez de otimizar o funcionamento. O problema de esperar alguma coisa falhar é que isso normalmente acontece. Se, por outro lado, houvesse uma tonificação regular, essa "falha" nunca aconteceria.
Já na medicina oriental, os tônicos têm papel de destaque. Eles também têm papel importante em meus programas de longevidade cerebral.
Mesmo que você ache que sua função cognitiva está normal, deveria experimentar alguns desses tônicos. Eles podem elevá-la a um nível superior.
Ginkgo Biloba
Um dos mais importantes tônicos medicinais naturais, o Ginkgo biloba intensifica, enormemente, a circulação cerebral, como também exerce grandes efeitos sobre o cérebro. Um extrato da folha da árvore Ginkgo passou por mais de 200 experiências duplo-cegas controladas, e muitas delas revelaram que o Ginkgo aumenta a capacidade cognitiva.
Ele vem sendo usado, com algum sucesso, pêlos pacientes com doença de Alzheimer.
Num estudo de 1995, relatado no jornal Human Psycopharmacology, 40 pacientes com mal de Alzheimer tomaram 80 mg de Ginkgo, ou um placebo, três vezes ao dia, por três meses. Os pacientes eram avaliados com uma bateria de testes de função cognitiva, e com exames de eletroencefalografia. Entre os pacientes que estavam tomando o Ginkgo, observou-se uma melhora significativa na psicopatologia, desempenho psicomotor, neurofisiologia e função cognitiva. A memória e a extensão da concentração começaram a aumentar no primeiro mês de tratamento. A substância foi muito bem aceita, pois não houve quaisquer efeitos colaterais. O grupo que tomou placebo não demonstrou melhora objetiva.
Observe que a dose diária de 240 mg empregada nesse estudo é mais alta do que a dose tomada pela maioria das pessoas que usam o Ginkgo apenas como um tônico.
Estudos têm indicado uma reação semelhante e positiva ao Ginkgo entre os pacientes com outros tipos de debilitação cognitiva. Em um desses estudos, 79% dos pacientes com insuficiência cerebrovascular mostraram uma fantástica, recuperação depois de terem tomado o Ginkgo.
Em outro estudo de pacientes com demência degenerativa (ou seja, declínio cognitivo progressivo), os pacientes que usaram o Ginkgo marcaram mais pontos nos testes de avaliação da função cognitiva, como também se sentiram muito mais animados, do que os pacientes submetidos a placebo.
O Ginkgo muitas vezes produz uma reação muito rápida. Em um estudo cruzado duplo-cego, uma única dose de 600 mg de Ginko fez com que os pacientes com perda de memória sentissem uma significante melhora na memória temporária em uma hora. Nenhuma reação imediata ocorreu nos pacientes que estavam recebendo doses de 120 mg ou 240 mg.
Assim como praticamente todas as substâncias medicinais empregadas na função cognitiva debilitada, o Ginkgo é mais indicado para a prevenção desses problemas — como na recuperação dos problemas cognitivos mínimos — do que para reverter uma grave disfunção cognitiva. Desse modo, ele pode provar ser de grande importância para retardar a progressão do declínio cognitivo, e assim, eficazmente, prevenir os sintomas debilitadores dos últimos estágios.
Como mencionamos anteriormente, o principal mecanismo de ação do Ginkgo é aumento da circulação cerebral, o que é muito importante para os pacientes com demência causada por múltiplos infartos cerebrais. Este tipo de demência é responsável por quase 20% de todos os pacientes com sintomas semelhantes ao mal de Alzheimer.
O Ginkgo melhora a circulação, em parte, ao abrandar a ação de uma substância chamada tutor ativador de plaquetas, que interfere na circulação cerebral.
Por ser tão benéfico para a irrigação sanguínea do cérebro, o Ginkgo é usado por muitas pessoas que sofrem de enxaqueca, que está associada ao distúrbio da circulação cerebral. Em um estudo, 80% das pessoas que sofriam de enxaqueca passaram a não ter mais esse tipo de dor de cabeça depois que começaram a usar o Ginkgo.
Ele tem se mostrado promissor nos tratamentos de impotência causados por distúrbios da má circulação, como também nos tratamentos de vários outros problemas circulatórios. Estudos revelaram que o Ginkgo abaixa a pressão arterial e expande os vasos periféricos.
O Ginkgo demonstrou ter a capacidade de aumentar a tolerância do cérebro à deficiência de oxigênio. É eficaz ao retardar a progressão da catarata, uma doença dos olhos que se desenvolve aos poucos nos idosos e é uma das principais causas de cegueira. Acredita-se que a má circulação nos olhos seja o fator que mais contribui para a catarata.
Recomendo o Ginkgo para todos os meus pacientes. Para as pessoas de meia-idade, que não têm disfunção cognitiva aparente, uma dose diária de 90 mg é o suficiente. Se já existe um declínio cognitivo, essa dose pode ser elevada para 120 a 160 mg. Se a patologia é visível, os pacientes são aconselhados a tomar de 200 a 320 mg diariamente. Para a maioria das pessoas, 120 mg é o bastante. As dosagens devem ser distribuídas durante o dia, em três tomadas.
Alguns fabricantes de complementos começaram a acrescentar outros antioxidantes aos seus produtos de Ginkgo, e isso pode melhorar a sua eficácia.
Mesmo que você faça apenas uma parte dos programas de longevidade cerebral, deve usar o Ginkgo.
Lecitina
Junto ao Ginkgo, ao fosfatidilserina e o ginseng, a lecitina se faz muito importante.
Provavelmente, você está ingerindo hoje aproximadamente l .000 mg de lecitina diários como parte de sua alimentação normal, mas essa não é a quantidade suficiente para promover a longevidade cerebral.
Como já observamos, o ingrediente ativo da lecitina, a fosfatidilcolina, é a matéria-prima nutricional da acetilcolina, principal neurotransmissor do raciocínio e da memória.
Muitos estudos e experiências revelaram que a ingestão de lecitina ou fosfatidilcolina pode melhorar a função cognitiva. Eu mesmo já relatei muitos desses estudos. Como o Ginkgo, a lecitina é mais eficaz como um agente preventivo do que curativo. A maioria dos estudos nos quais a lecitina era recomendada aos pacientes com mal de Alzheimer indica que, apesar de muitos pacientes terem carência de acetilcolina, a lecitina não atua com eficiência para reverter o mal de Alzheimer.
Nos primeiros estágios dos distúrbios de memória, a lecitina pode ser benéfica. Inúmeros estudos também mostraram que nas pessoas saudáveis ela pode intensificar a capacidade mental.
Além de ser o "principal ingrediente" da acetilcolina, a fosfatidilcolina é usada para recuperar e manter os neurônios. É usada ainda fora do cérebro, no metabolismo das gorduras, para regular o colesterol e na produção da bainha de mielina que circunda os nervos. Para uma eficácia máxima, a lecitina pode ser tomada com a vitamina B5 e também com o nutriente DMAE.
Apesar de o DMAE poder ser, de alguma forma, um estimulante para muitas pessoas, ele não deveria ser tomado por pessoas com depressão bipolar, ou seja, as que são "maníaco-depressivas", porque ele pode agravar a fase depressiva do ciclo.
A fosfatidilcolina pode ser ingerida não só com a lecitina, como também pode ser tomado com o bitarcarato de colina ou cloreto de colina. Ambos os nutrientes podem produzir um leve odor de "peixe" — e, ocasionalmente, diarréia.
A lecitina é encontrada nas lojas de produtos naturais e supermercados. É 30 a 55% pura em fosfatidilcolina. Verifique o rótulo da lecitina para ver quanto do ingrediente ativo está presente.
A lecitina não é tóxica e pode ser tomada em altas doses sem produzir qualquer efeito colateral. Uma dose aceitável seria 1.500 mg diários, para uma pessoa sem qualquer distúrbio cognitivo. Se os primeiros estágios de debilitação da memória já estão presentes, essa dose deveria ser aumentada para 10.000 mg ao dia. Os pacientes com distúrbio profundo da memória não devem esperar que essa substância exerça qualquer impacto em seu problema.
Fosfatidilserina
Como um tônico cerebral extremamente benéfico, a fostatidilserina (ou FS) é quimicamente similar à fosfatidilcolina encontrada na lecitina. É menos abundante na lecitina do que a fosfatidilcolina, e também não é facilmente encontrada em outros alimentos comuns. Desse modo, deve ser tomado na forma de pílula.
Numa série de estudos, mostrou-se capaz de melhorar a função cognitiva, pois a FS é um tipo comum de gordura, ou seja, o fosfolipídio, encontrado em todas as células corporais, sendo mais abundante no cérebro do que cm outros órgãos. É especialmente profuso nas membranas celulares dos neurônios e é essencial para que essas membranas se mantenham facilmente permeáveis, de maneira que os nutrientes possam penetrar e os resíduos possam sair.
Assim, ele ajuda as células cerebrais a conduzir os impulsos nervosos e a liberar quantidades apropriadas de neurotransmissores. Essas duas ações fazem com que os neurônios se comuniquem melhor uns com os outros.
Muitos estudos relatam que a FS é útil para as pessoas com debilitação da memória associada à idade. Também auxilia a otimizar a função cognitiva nas pessoas que não apresentem deterioração desta função.
Em um estudo, um grupo de pacientes com debilitação da memória, e idade média de 64 anos demonstrou uma melhora significativa após o uso de FS. Eles foram bem numa série de testes de memória, inclusive aqueles para recordar números de telefone, objetos perdidos ou material escrito. Além disso, também houve melhora na capacidade de concentração enquanto liam, conversavam e faziam suas tarefas.
Os pesquisadores disseram que a FS tinha feito com que esses pacientes "voltassem no relógio" 12 anos — ajudando-os a atingir a média da "idade cognitiva" comum aos 52 anos.
Estudando pacientes saudáveis, descobriu-se que em uns a FS diminuía a produção de hormônios do estresse, e em outros revelava um aumento da presença das calmantes ondas alfa cerebrais, em 15a 20%, aparentemente pela intensificação do sistema colinérgico cerebral à base de acerilcolina. Também mostrou aliviar os sintomas depressivos num grande número de pacientes com depressão clínica.
A FS pode ser comprada na maioria das lojas de produtos naturais. Uma dose razoável para um paciente de longevidade cerebral seria 100 a 300 mg diários, dependendo do grau do declínio cognitivo do paciente. Qualquer coisa abaixo de 100 mg é inútil.
Há muitos anos, a FS era derivada do cérebro dos animais. Hoje, devido aos avanços tecnológicos, é extraída da lecitina de soja.
Muitos pacientes me relatam que a FS tem um impacto positivo sobre suas funções cognitivas.
Acetil L-Carnitina
Uma substância comum que auxilia na função cognitiva, a ALC melhora o metabolismo da energia nas "usinas elétricas" do cérebro (as mitocôndrias) ao dinamizar a transferência dessa energia através de suas membranas.
Ele reduz a produção intracelular de radicais livres, que são ocasionados pela oxidação dos ácidos graxos.
A ALC tem a fascinante capacidade de melhorar a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro. Outra substância conhecida que também faz isso é a droga farmacêutica piracetam. Quando essa melhora ocorre na comunicação, ela estimula a criatividade e ajuda os pacientes a alcançarem uma capacidade cognitiva mais "equilibrada".
Num estudo feito sobre a ALC com 279 pacientes com declínio cognitivo leve ou moderado, uns consumiram placebo, outros 1.500 mg diários de ALC. Aqueles que tomaram a ALC melhoraram significativamente sua performance nos testes objetivos de função mental. Aqueles que tomaram placebo não mostraram qualquer progresso.
Em outro estudo, os pacientes eram testados em sua capacidade de sair de um labirinto. Depois de tomarem ALC, o tempo levado para sair do labirinto reduziu-se em 43%.
Noutro interessante estudo sobre a capacidade da ALC de melhorar a comunicação entre os dois hemisférios do cérebro, os pacientes destros foram testados em sua habilidade para sair de um labirinto impresso. Primeiro, eles tinham de usar a mão direita, e depois, a esquerda. Nos primeiros testes, eles se saíram melhor com a mão direita, que é a resposta esperada entre os destros. Depois de tomarem a ALC, os que fizeram o teste com a mão esquerda se saíram quase tão bem quanto os que o fizeram com a direita. Isso sugere uma melhora na coordenação dos hemisférios.
AALC também é eficaz para os pacientes com debilitação da memória associada à idade. Num outro estudo, os pacientes com esse tipo de distúrbio que ingeriram a ALC melhoraram seus pontos nos testes cognitivos e relataram estarem mais bem-humorados.
A ALC é tão promissora que a importante companhia farmacêutica Sigma Tau está investindo uma considerável quantia nos estágios finais do teste de eficácia, na Universidade de Stanford, com esperança de patentear esse composto para uso na Europa.
O único problema com a ALC é seu custo. Um suprimento para um mês — um vidro com 100 pílulas (de 500 mg cada) — custa aproximadamente U$ 75,00, já incluído o desconto. Desse modo, é o tônico medicinal natural mais caro para o tratamento do cérebro.
Para muitos dos meus pacientes, prescrevo 250 mg de ALC por dia. Se o paciente sofre de um declínio cognitivo substancial, recomendo até 500 mg três vezes ao dia. Aconselho que os pacientes tomem a ALC junto com a fosfatidilserina, porque as duas substâncias se potencializam.
Ginseng
Essa erva tem surpreendentes efeitos neurológicos e é, particularmente, ativa para interromper a superprodução de cortisol.
O ginseng, como você sabe, é considerado o "Cadilac" dos tônicos medicinais asiáticos. É amplamente usado na América, Europa e em todo Oriente, e vem sendo empregado medicinalmente há milhares de anos.
O ginseng é muito apreciado entre os profissionais da tradicional medicina chinesa. Um imperador chinês pagou uma vez o equivalente a 30.000 dólares por uma raiz bem desenvolvida. Nos Estados Unidos, essas raízes foram vendidas acima de U$ 10.000 dólares nos últimos anos. Apesar de ser ridículo pagar essa quantia pelo ginseng, esses altos preços ilustram o fascínio exercido por essa erva.
O ginseng se tornou a principal mercadoria na Europa nos anos 1600, depois que o Rei do Sião deu a raiz de presente para Luís XIV. Nos Estados Unidos, o ginseng passou a ser um tônico medicinal popular em meados dos anos 1700. Na verdade, ele foi o principal produto colhido e comercializado por Daniel Boone, que, às vezes, trazia 15 toneladas das fronteiras do Kentucky, onde ele era cultivado, para o Oeste dos Estados Unidos. Em Kentucky, o ginseng ainda rende U$ 11 milhões por safra.
Segundo a perspectiva oriental, o ginseng é um agente vitalizador e harmonizador que restaura a "energia yang". Ele não é usado pêlos profissionais da medicina tradicional chinesa como um agente curativo, mas sim como um fortificante de vários órgãos, glândulas e sistemas de energia, para que eles possam curar a doença. Na medicina tradicional chinesa, o ginseng é considerado eficaz para minorar a fadiga, a impotência e os efeitos gerais do envelhecimento.
O ginseng é um adaptogênio — um composto que ajuda o organismo a se adaptar aos fatores estressantes físicos e psicológicos. Segundo a interpretação ocidental, ele faz isso ao intensificar a produtividade das glândulas supra-renais.
Ele é considerado pelos profissionais ocidentais um "estimulante equilibrado" porque produz vivacidade sem provocar uma reação nervosa ou tremulante. Ele faz isso ao estimular simultaneamente o sistema nervoso adrenérgico (ou adrenal) e o sistema nervoso colinérgico (ou "calmante"). Estimula o sistema adrenérgico via glândulas supra-renais e ativa o sistema colinérgico via "formação reticular" do cérebro.
Para meus pacientes de longevidade cerebral, o mais importante atributo do ginseng é sua habilidade bioquímica ímpar para cortar a liberação de cortisol.
Como mencionamos anteriormente, a adrenalina e o cortisol são ambos hormônios excitadores, porém o cortisol tem um efeito mais duradouro. Como o cortisol permanece por mais tempo no sistema do que a adrenalina, ele é mais devastador do que esta.
O ginseng interrompe a liberação excessiva de cortisol ao diminuir a demanda de cortisol. Ele faz isso ao estimular a produção de adrenalina (e não necessariamente a liberação). Quando o suprimento de adrenalina é aumentado, o organismo não precisa liberar tanto cortisol em resposta a situações estressantes.
Muitos estudos demonstraram que, quando o ginseng é tomado regularmente, a reação supra-renal a uma situação estressante é mais rápida — e mais adrenalina é liberada. Como uma reação a essa abundante secreção de adrenalina, o hipotálamo e a glândula hipófise — que controlam a produção de ambos, adrenalina e cortisol — "decidem" não mais produzir altas quantidades de cortisol. Além disso, o ginseng, bioquimicamente, capacita as supra-renais a "parar" rapidamente assim que a situação estressante tenha passado. Desse modo, ele tem a qualidade superior de fazer com que a reação de estresse seja mais eficiente. No jargão médico, o ginseng "limita" essa reação.
Inúmeros estudos demonstraram que o ginseng intensifica a função cognitiva, aparentemente devido a sua habilidade de evocar um estado estável de vivacidade.
Em uma das mais recentes experiências realizadas com o ginseng, os operadores telegráficos que receberam ginseng foram capazes de fazer seu trabalho consideravelmente mais rápido e ainda deixaram de cometer 10% de erros.
Em outra experiência, 80% dos pacientes que tomaram ginseng aumentaram a velocidade de suas reações a uma sugestão.
Ainda, outras experiências mostraram que os alunos que usavam ginseng melhoraram sua pontuação nos testes de função cognitiva numa média superior a 50%. Esses testes enfatizavam um tempo de reação rápido e habilidade de raciocínio.
Outros estudos revelaram que o ginseng aumenta a energia física e mental e ajuda as pessoas a resistir às doenças associadas ao estresse.
Existem muitas marcas e variedades de ginseng. Entre as mais populares está uma chamada ginseng Panax, que era produzida em abundância, mas agora é amplamente industrializada na China, Japão, Rússia e Coréia do Sul. Outra qualidade excelente de ginseng é o americano Panax quinquefolium, que cresce naturalmente no Norte dos Estados Unidos e nas montanhas dos Apalaches. Esse tipo de ginseng é também industrializado, principalmente em Wisconsin.
Na Rússia, uma variedade conhecida como ginseng siberiano é muito abundante. O ginseng siberiano é industrializado na Rússia, China, Coréia e Japão. Essa variedade é uma das mais encontradas nas fórmulas destinadas a ativar a função cognitiva.
Há uma discordância quanto ao melhor tipo de ginseng. Alguns especialistas acham que o americano tem altas quantidades de ingredientes ativos, enquanto outros acreditam que o siberiano é um adaptogênio mais eficaz.
Outrossim, entre os três tipos principais de ginseng, há vários graus de qualidade. Por exemplo, o ginseng selvagem é considerado mais eficaz do que o industrializado. A eficácia do ginseng está. também relacionada à qualidade do solo em que ele cresce, à duração desse crescimento, ao clima no qual ele se desenvolveu e aos métodos pêlos quais ele foi processado.
Desse modo, como a qualidade pode variar muito, recomenda-se comprar de um varejista de confiança. Para obter os efeitos cognitivos mencionados, prefiro o tipo siberiano.
Uma dose razoável de ginseng varia de 750 mg a 1.500 mg por dia, dependendo de sua condição médica e da qualidade do produto.
Um dos produtos do ginseng que recomendo para os pacientes é um remédio de patente chinesa chamado Ching Chun Bao. Ele contém o Manchurian Real, que talvez seja o tipo mais forte de ginseng, assim como outras de ervas medicinais chinesas.
O Ching Chun Bao foi o primeiro a ser colocado em fórmulas durante o reinado do terceiro imperador da dinastia Ming; por isso, tem um longo e rico histórico de uso. Os antigos médicos chineses afirmavam que o Ching Chun Bao "prolongava a vida e conservava a juventude". Nos últimos anos, os profissionais do Hangzhou Traditional Chinese Medical Institute fizeram dois estudos, ainda não concluídos, com uma combinação de animais e seres humanos. Em todos esses estudos, os pesquisadores observaram uma melhora objetiva ou subjetiva depois do uso da fórmula. Os pacientes que ingeriam o Ching Chun Bao relataram aumento de vigor, mais resistência à fadiga e também melhoras nas funções cognitivas e memória. Algumas mulheres que o usavam relataram um recomeço da menstruação pós-menopausa. Os animais que tomaram esse produto cresceram mais rápido e tinham mais resistência às doenças do que aqueles que não estavam sendo submetidos a esse tratamento.
Recomendo a ingestão de quatro a oito comprimidos de Ching Chun Bao, diariamente, aos meus pacientes do programa de longevidade cerebral.
Dmae
O DMAE, ou seja, dimetilaminoetanol, é uma adição relativamente recente à família dos tônicos cognitivos que tem-se mostrado de considerável valor. Ajuda o organismo a produzir acetilcolina, principal neurotransmissor da memória e do raciocínio.
O DMAE produz a acetilcolina quando é combinado com a fosfatidilcolina (derivada da lecitina) e a vitamina B5. Em alguns pacientes, ele produziu efeitos que eram quase tão impressionantes quanto aqueles que surgem pelas potentes drogas farmacêuticas como a tacrina.
Definitivamente, o DMAE aumenta a memória — a memória a curto prazo, em particular, que depende muito de níveis adequados do acetilcolina. Também aumenta a capacidade de concentração e aprendizado.
Em alguns pacientes, o DMAE — que estimula o sistema nervoso central — tem melhorado o humor e as percepções subjetivas de bem-estar.
Ocasionalmente, os pacientes se sentirão excessivamente estimulados pelo DMAE. Quando isso acontece, diminuo a dose. Mesmo nesses casos, porém, o DMAE não produz "efeito de rebote" da letargia, como muitos estimulantes provocam. Ao invés, ele propicia um platô estável de estímulo, e, algumas vezes, causa insônia.
Os pacientes que sofrem de epilepsia ou de depressão bipolar, são aconselhados a não usar o DMAE, porque ele pode agravar ambos esses distúrbios.
Uma dose prudente de DMAE é, em média, de 50 a 100 mg.
Os Produtos Do Suco Vegetal
Esses produtos podem incluir uma variedade relativamente ampla de substâncias, muitas das quais parecem intensificar a função cerebral.
As substâncias mais comuns encontradas nesses produtos são a alga marinha, o trigo integral, a cevada, a aveia, a espirulina, a clorela e as algas das rodimeniáceas. Além disso, muitos desses produtos são guarnecidos com uma série de outros tônicos cerebrais naturais, inclusive o astrágalo — lecitina, pó de suco de beterraba, pólen de abelha, ginkgo e extratos de chá verde.
Devido a essa ampla variedade de ingredientes, esses produtos oferecem ao paciente um verdadeiro bufe de micronutrientes. Muitas vezes esses micronutrientes são componentes químicos ocultos que estão presentes na maioria dos alimentos.
De particular importância para os pacientes do programa de longevidade cerebral são as combinações dos aminoácidos (ou proteínas parciais), abundantes nos produtos do suco vegetal. Esses são chamados de peptídios, e podem ser transformados pelo organismo em neuropeptídios. Como você pode se lembrar, os neuropeptídios, como as beta-endorfinas, é um dos principais elos entre a mente e o corpo.
Além de suprir os peptídios, os produtos do suco vegetal também são ricos em nove aminoácidos essenciais que não podem ser fabricados pelo organismo c devem ser ingeridos como nutrientes. Esses nove aminoácidos são: Triptofano, Lisina, Leucina, Metionina, Fenilalanina, Valina, Treonina e Isoleucina. Estou certo de que você se lembrará que dois desses aminoácidos — o triptofano e a fenilalanina — são as principais "matérias-primas" para os importantes neurotransmissores serotonina e noradrenalina.
Os produtos do suco vegetal também estão entre as poucas fontes comuns de nutrientes de clorofila, que ativa as enzimas responsáveis pela produção das vitaminas E, A e K. Curiosamente, a clorofila tem quase a mesma estrutura molecular da hemoglobina, que transporta o oxigênio para todo o corpo.
Esses produtos também são extraordinariamente ricos em minerais compostos, dos quais muitas pessoas com declínio cognitivo são deficientes. Esses minerais são os catalisadores que fazem com que as vitaminas e as enzimas executem suas várias funções.
Aconselho os pacientes a tomarem seu suco vegetal logo pela manhã, como parte do desjejum. Para a maioria das pessoas, esses produtos trazem uma agradável sensação de estímulo. Esse estímulo não é como a montanha russa do estímulo do café, ao invés, é um influxo de energia estável. Ocasionalmente, os pacientes relatam que seu suco vegetal é excessivamente estimulante. Quando isso acontece, reduzo a dose.
Há muitas marcas de produtos do suco vegetal, mas meu favorito contém uma vasta diversidade de fontes de nutrientes. Muitos de meus pacientes que usam um produto do suco vegetal informam um notável aumento em sua capacidade cognitiva, assim como em seus níveis de energia e bem-estar.
O Chá Verde
O chá verde pode ser útil de três maneiras: é um poderoso antioxidante; é uma rica fonte de "flavonóides", que reduz o risco de derrames; e contém cafeína, que pode ser um agente eficaz na intensificação da função cognitiva, quando usada com cautela.
O chá verde contém os antioxidantes polifenois, inclusive as catequinas e quercetina, que podem impulsionar a atividade antioxidante no sangue em até 50%. Esse aumento de atividade ocorre aproximadamente meia hora depois de se tomar o chá.
O chá verde também melhora a eficiência do sistema enzimático de desintoxicação no fígado. Desse modo, ele consegue ajudar o organismo a se livrar das toxinas antes que elas danifiquem as células.
É interessante notar que apesar de o chá verde ter sido introduzido recentemente na mídia, por suas propriedades promotoras de saúde, o chá preto também pode ser benéfico. O chá preto, o tipo comum de chá consumido na maioria dos países ocidentais, não contém catequinas. Mas contém outros antioxidantes que não existem no chá verde.
O chá preto e o chá verde são ricos em flavonóides, compostos semelhantes às vitaminas, que naturalmente estão no chá, e também nas frutas e vegetais. Os flavonóides tendem a tornar as células do sangue menos propensas à coagulação. Além disso, eles podem ajudar a reduzir o risco do derrame, inclusive os "miniderrames" que podem causar sintomas similares aos do mal de Alzheimer. Num recente estudo, os homens que fizeram alta ingestão de flavonóides mostraram uma taxa de risco de derrame 73% menor que a de um grupo-controle, durante um período de 15 anos. No estudo, os homens obtinham aproximadamente 60% de seus flavonóides no chá.
A cafeína do chá também pode beneficiar a percepção, caso seja ingerida em quantidades moderadas. Outras bebidas que contêm cafeína, como o café e os refrigerantes cola, também podem ajudar o raciocínio e a memória, se usadas apropriadamente.
A cafeína, na verdade, é o produto para o aumento cognitivo mais usado em nossa sociedade. Testes numerosos provaram que, quando usada em quantidades moderadas, a cafeína dinamiza a concentração e a vivacidade. Em virtude de ser um estimulante, ela aumenta a produção de adrenalina e pode, temporariamente, melhorar a memória e o humor.
O café contém inúmeras substâncias bioquimicamente semelhantes aos ópios. Portanto, pode causar estimulação e relaxamento simultâneos.
Ainda assim, muitas pessoas consomem a cafeína em excesso. Acho que isso acontece porque elas simplesmente não têm energia natural suficiente. Em vez de dormirem bem, se alimentarem bem e fazerem exercício para obter a energia de que precisam, elas dependem da cafeína para estimulá-las ao longo do dia. A conseqüência, a curto prazo, dessa dependência é nervosismo, irritabilidade, insônia, o "efeito de rebote" da letargia e cansaço mental. A longo prazo, o preço é o desgaste das glândulas supra-renais e um corpo exausto por estimulação artificial.
Desse modo, está claro que a cafeína, se usada em excesso, pode elevar os níveis do colesterol LDL, que prejudica as artérias. A cafeína também tem relação com os ciscos de mama nas mulheres.
Pesquisas indicaram que 200 mg de cafeína podem ser consumidos por dia, sem qualquer risco aparente. Eu faço uma abordagem mais cautelosa e recomendo não mais de 100 mg por dia.
A seguir, estão as quantidades de cafeína encontradas numa única porção de várias bebidas.
TEOR DE CAFEÍNA (em miligramas)
Café Chá
Feito em cafeteiras 110-150 1 minuto de infusão 9-33
Expresso 100-150 3 minutos de infusão 20-46
Coado 64-124 5 minutos de infusão 20-50
Instantâneo 40-108
Descateinado 2-5
Refrigerantes
Dr. Pepper 61
Colas 30-60
Mountamin Dew 52
Mellow yellow 51
Bebidas Diet 44
COENZIMA Q-10 Útil para muitos pacientes do programa de longevidade cerebral, principalmente porque aumenta o potencial energético gerado em cada uma das células do corpo, inclusive os neurônios, a coenzima Q-10, ou CoQ, é encontrada em todas as células do corpo e ajuda as "usinas elétricas" (as mitocôndrias) a produzirem energia.
A CoQ é sintetizada a partir dos aminoácidos fenilalanina e tirosina, e qualquer pessoa que não receba uma quantidade suficiente desses nutrientes pode estar com déficit de CoQ. Os sintomas desse déficit podem ser a fadiga, letargia mental ou depressão.
Além de suprir energia, a CoQ mostrou-se eficaz como terapia nutricional complementar para a insuficiência cardíaca congestiva, angina de peito, pressão alta e arteriosclerose. Nos animais, ela mostrou aumentar a duração da vida. Estudos feitos na Escola de Medicina de Harvard revelaram que é um poderoso antioxidante no cérebro.
A CoQ teve sua segurança analisada minuciosamente e não apresentou qualquer efeito colateral.
Tendo como base recentes pesquisas, uma boa dose diária para a maioria das pessoas é de 100 mg.
Outra coenzima, que alguns pesquisadores acreditam ser igualmente útil para a função cognitiva, é a NADH. A NADH está presente em todas as células do corpo e desempenha um papel importante na produção de energia. Uma pesquisa recente revelou que a combinação da co-enzima Q-10 e a NADH potencializa os efeitos neuroprotetores de ambas as substâncias.
A seguir está uma lista dos tônicos medicinais naturais mais apropriados para a longevidade cerebral e suas doses usuais.
Contudo, essas doses podem não ser apropriadas para todos os pacientes, porque as pessoas têm uma ampla variedade de necessidades. Os pacientes com freqüência devem tomar mais de um tônico.
TÔNICOS MEDICINAIS NATURAIS
Dose Diária
Ginkgo biloba......................................................60-120 mg
Fosfatidilcolina (da lecitina).................................1.500-10.000 mg
Fosfatidilserina....................................................100-300 mg
Acetil-L-carnitina.................................................250-1.500 mg
Ginseng…………………………………………….750-1.500 mg
Ching Chun Bao…………………………………...4-8 comprimidos
DMAE..................................................................50-100 mg
Produtos do "Suco Vegetal"................................ Uma porção
Chá verde............................................................1-2 porções
Coenzima Q-10....................................................30-100 mg
Como os três capítulos anteriores mostraram, a função cerebral pode ser poderosamente influenciada pela terapia nutricional.
Esses capítulos demonstraram que grande parte do benefício derivado da terapia nutricional vem de sua habilidade de compensar os efeitos prejudiciais do estresse.
Agora é hora de lidar diretamente com esse estresse.
Um Caso Ilustrativo
As Medicações Nootrópicas Podem Produzir uma Série de Efeitos
T.G., de 42 anos, era um paciente que ansiava por ter uma memória afiada. T.G. era comerciante de gado, radicado no Oeste dos Estados Unidos, e conduzia todas as suas transações por computador. Todos os meses, passavam milhões de dólares através de sua rede de negócios, e era imperativo que ele guardasse dúzias de detalhes em sua mente o tempo todo. Se apenas dois detalhes escapassem de sua mente, isso poderia custar a ele, ou a seus clientes, muitos milhares de dólares.
Anos antes de encontrá-lo, T.G. tinha escalado as Rochosas do Colorado; foi quando se exercitou extenuadamente em altitude muito elevada, e isso lhe causou um edema pulmonar traumático, que roubou o oxigênio de seu cérebro. O resultado foi edema cerebral e perda de células cerebrais.
Desde aquela lesão, T.G. passou a sofrer lapsos intermitentes de memória e disfunção cognitiva. Em geral, sua capacidade para raciocinar e lembrar era quase perfeita. Porém, muitas vezes sua memória ficava "confusa" e ele acabava por esquecer uma informação importante. Algumas vezes, também sentia lentidão na sua capacidade de processamento cognitivo e não conseguia se concentrar com maior firmeza. Esses lapsos cognitivos ocorriam com mais freqüência quando ele estava cansado, estressado ou um pouco doente. Seu trabalho era, na verdade, estressante, pois começava às 4:30 da manhã, todos os dias.
T.G. tentou evitar que seus lapsos mentais afetassem seu trabalho, mas isso estava começando a ficar difícil. Seu trabalho exigia um alto nível da função cognitiva durante todo o tempo.
Quando ele começou seu programa de longevidade cerebral, administrei-lhe uma alta dose de Ginkgo biloba, com a finalidade de intensificar a circulação cerebral. Também recomendei que ele começasse um programa consciente de exercícios, para potencializar essa circulação.
Além disso, receitei o piracetam. Achei que isso iria ajudar não só a acelerar sua recuperação da falta de oxigênio (hipoxia), como também teria um impacto positivo sobre sua memória enfraquecida.
Naquela época, o piracetam não era considerado pela maioria dos pesquisadores um medicamento que aumentasse a memória, mas eu acreditava que sabia mais sobre essa droga do que muitos pesquisadores.
Meu conhecimento chegara a mim por acaso. Um ano antes de começar a tratar de T.G., fui a Bruxelas para me reunir com médicos europeus que estavam trabalhando com as drogas nootrópicas. Certa tarde, um dos médicos com quem tive contato apareceu de repente no apartamento onde eu e minha mulher estávamos. Era um apartamento elegante — que pertencia ao pai de minha mulher, na época um diplomata servindo em Bruxelas — e tinha um circuito fechado de televisão pelo qual podíamos ver os convidados à medida que eles entravam no salão de espera. O senhor que estava entrando parecia ser conhecido.
Quando o cumprimentei, esqueci seu nome.
Foi aí que ele disse que era da Romênia.
— Romênia! Então, o senhor deve conhecer a Dra. Ana Aslan — ela era a falecida criadora do remédio de rejuvenescimento Gerovital.
— É, eu conhecia a Ana. Às vezes eu usava o medicamento que ela desenvolveu, e às vezes ela usava o meu. Seu medicamento? Estava confuso.
— Desculpe, mas eu não me lembrei de seu nome quando o senhor entrou.
— Giurgea, Cornelius Giurgea.
Exclamei: "Dr. Giurgea!". Era como se você encontrasse um guitarrista fantástico num clube às escuras, e ele dissesse: "Oi, sou o Eric Clapton".
Dr. Cornelius era o famoso inventor do piracetam, o medicamento nootrópico que rende mais de U$ 1 bilhão em vendas todos os anos.
Há muito desejava encontrar o Dr. Giurgea, mas achava que iria me deparar com alguém muito mais velho. Dr. Giurgea aparentava ser 20 anos mais jovem.
Pedi ao Dr. Guirgea para me contar a história do desenvolvimento do piracetam. E ele me disse que o desenvolveu para um único paciente, um dos grandes heróis de guerra de seu país, que teve o cérebro danificado, o que lhe causava graves vertigens. A composição que Dr. Giurgea desenvolveu — a primeira versão do piracetam — curou a vertigem do herói de guerra.
Na verdade o herói se recuperou tão completamente que começou a dirigir motocicleta, até o dia em que sofreu um acidente que resultou em significativa debilitação da memória.
Não havendo qualquer remédio para aplicar num distúrbio de memória, Dr. Giurgea submeteu seu paciente a altas doses de piracetam, e ele experimentou outra surpreendente recuperação.
Então, Dr. Giurgea disse:
— Como você pode ver, alguns desses medicamentos que desenvolvemos podem ajudar o cérebro a se expandir por muitos anos.
Foi daquele encontro que obtive o conhecimento — antes de outros pesquisadores — de que o piracetam poderia minimizar a debilitação da memória em alguns pacientes com a mente já prejudicada.
Quase um ano depois, apliquei esse pouco de conhecimento que obtive em T.G.
Depois que começou a tomar o piracetam, T.G. deu uma reviravolta surpreendente. Ele não deixava de tomá-lo, e também aderiu a outros elementos do programa.
Sua memória se tornou afiada como a lâmina de uma faca, e ele passou a se concentrar com a intensidade do raio laser.
Hoje, T.G. não mais requer doses regulares de piracetam. Ele apenas o toma numa pequena quantidade, a fim de ajudá-lo a recuperar seu vigor mental.
Seus problemas de memória acabaram há quase quatro anos, e espero que nunca mais voltem. E, provavelmente, não voltarão. A menos, é claro, que ele comece a dirigir motocicleta.
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